A Polícia Federal identificou que todos os alvos da operação que apura fraudes no Concurso Nacional Unificado (CNU), aplicado em Patos (PB), pertencem à mesma família. Segundo apuração da jornalista Mirelle Pinheiro, publicada no portal Metrópoles, o suposto líder do esquema é o ex-policial militar Wanderlan Limeira de Sousa, que teria usado a estrutura familiar para beneficiar parentes no certame.
De acordo com as investigações, Wanderlan organizou um esquema que envolveu o irmão, filhos e sobrinhos. Cada familiar exercia uma função específica, como recrutamento de candidatos, repasse de gabaritos e movimentação financeira. A PF classifica a atuação do grupo como uma organização criminosa.
As estratégias da fraude eram discutidas por aplicativos de mensagens, onde também foram encontradas conversas entre Wanderlan e seu irmão, Valmir, com trocas de cobranças e orientações sobre o esquema. O material foi obtido pela operação “Última Fase”, deflagrada em agosto de 2024.
Indícios reforçam suspeita
A investigação ganhou força após denúncia anônima que apontava a participação de Wanderlan no esquema. Um dos pontos que mais chamou atenção dos investigadores foi o fato de ele e seu irmão terem errado a mesma quantidade de questões — mesmo realizando provas em turnos diferentes. O Ministério Público Federal e a PF classificaram a coincidência como “estatisticamente nula”.
Outro indício foi a escolha da sobrinha Larissa, residente em São Paulo, de prestar a prova justamente em Patos. Ela chegou a comprar passagens aéreas para o primeiro agendamento do exame, em maio, e adquiriu novas após o adiamento da aplicação.
Conversas interceptadas ainda revelaram erros gramaticais e contradições entre o desempenho nas provas e o domínio do conteúdo. O caso ganhou repercussão nas redes sociais, onde internautas passaram a se referir ao grupo como uma “Dinastia da Fraude”.
A Polícia Federal segue investigando o envolvimento de todos os membros da família e pode fazer novas diligências nos próximos dias.
Redação com Metrópoles
