O governador João Azevêdo (PSB) considerou que os assassinatos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista britânico Dom Phillips representam uma dupla derrota para o Brasil. Nas redes sociais ele prestou solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.
“A confirmação das mortes de Bruno e Dom Philips é uma dupla derrota para o Brasil. Perdemos na defesa da vida humana, perdemos na luta pela proteção de um dos nossos maiores patrimônios. Não se pode admitir que a defesa da Amazônia e dos povos indígenas coloque vidas em risco”, postou o governador.
O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, confirmou nessa quarta-feira (15) que foram encontrados “remanescentes humanos” durante as buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, que estão desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do estado.
Durante entrevista coletiva, Fontes afirmou que, em depoimento realizado na terça-feira (14), o pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como “Pelado”, um dos suspeitos pelo desaparecimento, confessou a participação no desaparecimento e indicou o local onde os corpos foram enterrados.
Diante da confissão, PF foi até o local do crime, onde foi realizada a reconstituição da cena do crime. Durante as escavações, as equipe encontraram “remanescentes humanos” em uma área de mata fechada.
A corporação informou que os remanescentes estão sendo coletados e serão enviados para perícia para identificação dos corpos. “Sendo comprovados que esses remanescentes são relacionados ao Dom Philips e ao Bruno Pereira, nós vamos restituir mais breve possível às famílias”, afirmou.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil, estão desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
De acordo com a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas.
Segundo a Unijava, no domingo (5), os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos.
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