Após os escândalos de corrupção que abalaram sua reputação nos últimos anos, o Hospital Padre Zé, em João Pessoa, poderá passar por uma mudança estrutural definitiva: a instituição está em processo de transformação em uma fundação. A informação foi confirmada pelo atual diretor da unidade, padre George, em entrevista ao programa Correio Debate, da rádio Correio 98FM, nesta semana.
A criação da Fundação Padre Zé é vista como um marco na reestruturação do hospital, que tenta se recuperar após denúncias envolvendo o ex-diretor padre Egídio de Carvalho e ex-funcionárias, acusados de desviar aproximadamente R$ 116 milhões da instituição filantrópica.
Segundo o padre George, o estatuto da nova fundação já foi elaborado, e a formalização está em fase final de ajustes com o Ministério Público da Paraíba (MPPB). Uma doação inicial de R$ 200 mil, feita por um empresário, viabilizou a etapa final do processo.
— “Estamos com o estatuto bem definido da Fundação Padre Zé. A única coisa que faltava era uma doação inicial. Um empresário muito amigo fez uma doação de R$ 200 mil. Agora estamos alinhando os últimos detalhes com o Ministério Público da Paraíba”, afirmou.
Com a formalização da nova entidade, o Instituto São José — atual responsável pela gestão do hospital — passará a ser fiscalizado de forma permanente pelo Ministério Público, o que, segundo o atual gestor, dificultará a repetição dos desvios ocorridos no passado.
— “Essa foi uma promessa que fizemos. Com a Fundação Padre Zé, o Instituto São José será fiscalizado permanentemente pelo Ministério Público. Então, dificilmente vai ocorrer o que aconteceu no passado”, declarou o padre.
O Hospital Padre Zé enfrenta um longo processo de reconstrução de imagem e credibilidade. A nomeação do padre George para um mandato de seis anos na direção faz parte da estratégia de retomada da confiança da sociedade e dos parceiros institucionais. A criação da fundação, com maior controle institucional, representa mais um passo rumo à transparência e à estabilidade.
