Tudo isso só foi possível por causa da permissão da família da doadora, uma mulher de 31 anos, que chegou ao hospital no dia 20 de julho, vítima de um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico. A paciente ficou internada durante 15 dias na Unidade de Terapia Intensiva, quando o quadro de saúde evoluiu para a morte encefálica, constatada por meio de um rigoroso protocolo.
A cirurgia de captação teve início por volta das 21h30. O coração foi o primeiro órgão retirado, e levado de imediato para o Hospital Metropolitano, onde o receptor, um homem de 34 anos, já aguardava no centro cirúrgico. O transporte foi feito por uma viatura do Corpo de Bombeiros. Os rins foram retirados na sequência, sendo o órgão direito encaminhado para o estado do Rio Grande do Norte, e o esquerdo para a Bahia. As córneas foram levadas para o Banco de Olhos da Paraíba.
A diretora da Central de Transplantes da Paraíba, Rafaela Dias, explica que esse foi o oitavo coração doado em 2024, e o quinto só no Hospital de Trauma de Campina Grande. “Das doações de coração que tivemos este ano, seis ficaram em pacientes paraibanos e dois foram encaminhados para o estado de Pernambuco. Hoje, um coração saudável bate no peito de um paraibano que tinha no transplante a esperança de uma vida melhor, graças à família doadora. A decisão de dizer “sim” à doação é um ato de coragem e generosidade, um consolo que transforma a dor em uma nova chance de vida. Do outro lado, encontramos a família que recebe essa dádiva, renovando suas esperanças e sonhos. Para eles, a chegada de um novo coração é a promessa de dias melhores, a possibilidade de recomeçar e de valorizar cada momento com intensidade,” enfatiza.
Na Paraíba, uma doação pode transformar a vida de até seis pessoas. Este ano já foram realizados 188 transplantes, sendo seis de coração, 21 de fígado, 13 de rim e 139 de córneas. Ainda aguardam por um transplante na Paraíba, 587 pacientes.