A Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Ministério da Saúde (MS), realizou, nesta quarta-feira (31), a oficina de capacitação estadual sobre Anomalias Congênitas. O evento teve o objetivo de capacitar e sensibilizar gestores e profissionais da vigilância epidemiológica, rede hospitalar e atenção primária para discutir desafios e soluções no âmbito do diagnóstico e notificação das anomalias congênitas. A agenda, que aconteceu no auditório de Fonoaudiologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), contou com a participação do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde da Paraíba (Cosems-PB).
De acordo com a gerente executiva de Atenção à Saúde da Paraíba, Izabel Sarmento, a iniciativa é importante para que os profissionais da rede de atenção materno-infantil consigam se atualizar sobre a temática da anomalia congênita. “Com essa qualificação nós estamos fortalecendo a assistência aos recém-nascidos (RN) e às gestantes, alinhando os fluxos quanto a este cuidado e também reforçando a organização dos registros dos dados e informações nos nossos bancos”, explicou.
Além da oficina, o Ministério da Saúde está realizando visitas durante toda a semana (29 a 2 de julho) às maternidades da Rede Estadual de Saúde, em especial as unidades com serviço de alto risco – maternidades Frei Damião, em João Pessoa; e Dr Peregrino Filho, em Patos. As áreas técnicas da Saúde da Criança, Vigilância em Saúde e Materno-infantil da SES estão acompanhando a equipe do MS durante a agenda. O consultor técnico do Ministério da Saúde, João Matheus Bremm, destacou que a agenda tem como finalidade entender a realidade do estado, identificar as principais dificuldades, e construir estratégias junto às secretarias para potencializar e ampliar a assistência às gestantes e recém-nascidos.
“Nós observamos que não tínhamos dados para mapear as anomalias congênitas no território nacional, o que refletia muito no cenário de mortalidade crescente dessas doenças no país. Por isso, em 2022, iniciamos essas visitas técnicas com o objetivo de conhecer o fluxo de nascimento dos bebês, desde o pré-natal (quando realizado no local) até a alta. Nessas ocasiões, estamos realizando essas qualificações com os profissionais que trabalham diretamente com esses casos, na ponta, por serem eles os que realmente fazem a notificação e permitem que a gente tenha as informações. Dessa forma, a gente espera delinear o perfil epidemiológico das anomalias congênitas no Brasil, para que seja possível a elaboração de políticas públicas voltadas para o diagnóstico e tratamento dessas doenças, assim como a prevenção de possíveis surtos que acontecem no nosso país”, frisou.
A oficina abordou conceitos gerais, fatores de risco, prevenção, tratamento, diagnóstico pré-natal, diagnóstico ao nascimento e notificação das anomalias congênitas. A Paraíba é o 23º estado a receber a equipe do Ministério da Saúde. Após passarem pelo estado, os profissionais do MS seguem para o Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, onde também serão realizadas as visitas técnicas e capacitações.
Anomalias congênitas – São definidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como defeitos estruturais ou funcionais que ocorrem durante a vida intrauterina, e podem ser identificadas na gestação, no nascimento ou ao longo da vida. Estima-se que, globalmente, 3% a 6% dos recém-nascidos apresentem alguma forma de anomalia congênita. Além da alta incidência, essas condições representam uma das principais causas de morte infantil, sendo a segunda principal causa de morte infantil no país.