A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta quarta-feira (6), qualificação de Esporotricose, no auditório principal do Campus IV da Universidade Federal da Paraíba, em Mamanguape. O evento visa prestar orientações aos profissionais de saúde no que diz respeito aos fluxos e condutas acerca de casos suspeitos ou confirmados de esporotricose humana e animal.
A esporotricose humana é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo por meio de uma ferida na pele. Os sintomas da esporotricose aparecem após a contaminação do fungo na pele. O desenvolvimento da lesão inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea. Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre.
A capacitação reuniu agentes comunitários, de endemias, técnicos de enfermagem, médicos, enfermeiros, coordenadores de vigilância epidemiológica e da atenção primária dos onze municípios que compõem a 14ª Região de Saúde que são Mataraca, Jacaraú, Lagoa de Dentro, Curral de Cima, Itapororoca, Cuité de Mamanguape, Capim, Mamanguape, Rio Tinto, Marcação e Baía da Traição.
De acordo com o chefe do Núcleo de Zoonoses da SES, Assis Azevedo, durante a capacitação foram repassadas informações acerca do trabalho voltado tanto para a parte ambiental, nos cuidados com os animais, quanto para a parte humana, na identificação e tratamento da doença. “Grande agravo de saúde pública e está cada vez mais evidente nos municípios da Paraíba e quem sabe do Brasil. Há um grande desafio na saúde pública em controlar a doença já que ela é de fácil transmissão”, destacou.
A gerente de Vigilância em Saúde de Mamanguape, Amanda Patrícia Gomes, afirma que houve um aumento de notificações do agravo no município nos últimos anos, por isso a necessidade do treinamento, já que os assuntos abordados possibilitam o aperfeiçoamento de ações que levem a diminuição dos casos.
“Articulamos, juntamente com a vigilância epidemiológica e ambiental, a capacitação do nosso profissional, a fim de levar mais informação sobre como conduzir casos de suspeita. Nosso primeiro objetivo foi capacitar para podermos adotar medidas cabíveis para a prevenção e melhor condução do manejo clínico tanto de humanos como de animais”, disse.
A formação também abrangeu as áreas indígenas, onde os casos identificados são conduzidos pelos médicos e enfermeiros, que notificam os casos suspeitos e os encaminham para o HU. Como explicou Danielle Patrício, responsável pela Vigilância Epidemiológica do Distrito Sanitário Especial Indígena, a qualificação vai melhorar ainda mais os serviços dentro da área.
“Os profissionais que estão participando da capacitação irão fazer a multiplicação dentro das aldeias, participando das oficinas, rodas de conversas dentro das UBSI, e falando sobre esse assunto para esclarecer a população como realmente funciona para eles saberem identificar e estar notificando”, concluiu.