No interior do estado, uma adolescente está grávida de 21 semanas. Como tem Aids, além do pré-natal na Unidade de Saúde da Família (USF) e do acompanhamento de rotina, ela está fazendo pré-natal de alto risco e sendo acompanhada por um infectologista no Hospital Universitário. Todo esse aparato para evitar que o bebê seja infectado e preservar a saúde da mãe é acompanhado pelos profissionais da vigilância de óbitos do município. Para qualificá-los ainda mais para essa missão, nesta segunda-feira (3), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou uma atualização em vigilância do óbito materno, infantil, fetal e de mulheres em idade fértil para estes profissionais e os gerentes regionais de saúde. O evento vai até esta quarta-feira (5), no Littoral Hotel, na capital.
De acordo com a gerente operacional de Resposta Rápida da SES, Diana Pinto, a vigilância do óbito é importante para entender as causas de morte e como elas podem ser evitadas, além de apoiar políticas públicas voltadas para a saúde materno-infantil. “A partir da análise dos dados obtidos na vigilância, é possível desenvolver estratégias e ações para reduzir as taxas de mortalidade materna e infantil, garantindo uma assistência adequada e eficientes para mulheres e recém-nascidos”, disse.
Segundo Diana, neste ano, houve uma redução de 20% no número de óbitos maternos no estado, em relação ao ano passado. Até o último dia 30 (junho), foram 12 mortes maternas. No mesmo período, no ano passado (2022), foram 15 óbitos.
A técnica em vigilância do óbito materno da SES, Dioneia Garcia, destacou que a capacitação é importante para estimular e qualificar os profissionais numa melhor observação das causas da morte. “Podem ser observadas fragilidades do tipo uma mulher que não devia engravidar e engravidou ou não fez um pré-natal adequando ou ainda demorou a procurar assistência. Isso tudo pode ter contribuído ou não para ocorrer o óbito”. Falou ainda que “as causas das mortes maternas são indiretas e diretas, mas, no geral, as que mais aparecem são hipertensão e hemorragias”, esclareceu.
Para a técnica da vigilância epidemiológica de Cajazeiras, Cristina Carolino, a capacitação é essencial. “Serve para embasar melhor a investigação dos óbitos que é o nosso trabalho diário e, a partir daí, criar formas mais eficazes de combater a mortalidade materno-infantil”, declarou.