A Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) está realizando, nos 12 centros de referência do Programa Coração Paraibano, um projeto de qualificação teórico-prática para profissionais de enfermagem na realização de eletrocardiograma (ECG) e administração de trombolíticos em pacientes acometidos de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). A capacitação está programada para ocorrer até o mês de junho e tem objetivo de garantir uma assistência qualificada na identificação de usuários com infarto agudo do miocárdio (IAM), além de promover a aplicação prática do protocolo de dor torácica nos casos de trombólise química.
De acordo com o docente e enfermeiro da PB Saúde, Walber Frazão, o treinamento está seguindo uma sequência de prioridade e as unidades de Princesa Isabel e Cajazeiras, que ficam mais distantes das hemodinâmicas gerenciadas pela PB Saúde, foram as primeiras a receber o treinamento. Por conta da distância, o profissional explicou que essas localidades são as que as pessoas correm mais risco ao sofrer um IAM.
“Reduzir mortalidade e morbidade são o nosso objetivo principal com essa capacitação, porque a cada minuto que deixamos de tratar um paciente acometido por um infarto agudo do miocárdio, ele perde 11 dias de vida. Então, imagine um paciente que passa, por exemplo, 10 horas sem ter o atendimento adequado, esse paciente vai perder muitos anos de vida”, pontuou o enfermeiro pós-graduado em Urgência e Emergência e Atendimento Pré-Hospitalar.
Os 12 Centros de Referência (CR) que estão recebendo a qualificação são os locais do primeiro atendimento, estabilização e administração de trombolíticos do Programa Coração Paraibano. Sendo assim, é essencial que os profissionais que atuam nesses centros estejam capacitados para realizar o manejo do eletrocardiograma de 12 a 19 derivações e a administração de trombolítico nos casos específicos citados no Protocolo de Dor Torácica do Programa Coração Paraibano.
Para a enfermeira emergencista Wagna Carvalho de Abreu, que participou da capacitação, o momento trouxe aprendizados essenciais para o desempenho de suas funções na Urgência e UTI do Hospital Regional de Cajazeiras. “Eu gostei muito, principalmente do que aprendemos sobre os trombolíticos, porque aqui fazemos a diluição do medicamento que é receitado pelo médico em alguns casos de pacientes acometidos por infarto. Além de aprender muita coisa, eu pude relembrar informações que havia aprendido na minha formação”, contou.
Quem ficou responsável pela qualificação foi a equipe do Hospital Metropolitano, que é o hospital coordenador do programa. Segundo a cardiologista intervencionista do Metropolitano, Roberta Barreto, o eletrocardiograma é um exame de suma importância para o diagnóstico do IAM, principalmente dos pacientes que apresentam supradesnivelamento do segmento ST que vão precisar de tratamento imediato. Esse exame, de acordo com Roberta, deve ser feito em todo paciente com dor torácica, no momento da admissão hospitalar, por um profissional capacitado que garanta, tanto a qualidade do exame, quanto a correta interpretação do mesmo.
“Dessa forma, sendo um infarto com Supra de ST, o paciente é candidato a angioplastia primária no centro de referência em hemodinâmica, e, caso a angioplastia não esteja disponível, ou o paciente não tenha condições de transferência, será necessária a administração do trombolítico por profissionais capacitados no manejo da administração endovenosa da medicação para garantirmos a excelência no tratamento do infarto”, esclareceu a cardiologista, que é a atual coordenadora do Coração Paraibano.
Graças ao programa Coração Paraibano, hoje os pacientes que são acometidos por um IAM em qualquer localidade da Paraíba têm o suporte de uma rede de profissionais, interligada via telemedicina com as três hemodinâmicas gerenciadas pela PB Saúde, no Hospital Metropolitano, em Santa Rita, no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, e no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, em Patos.
“É um projeto que dá continuidade ao programa Coração Paraibano na área de educação permanente. Existem equipes que vão prestar assistência nas unidades de saúde do estado em todas as macrorregiões e a meta é treinar a equipe que vai estar nas unidades e que vai atuar também nas unidades de suporte avançado terrestre e aéreo”, explicou Walber Frazão.
Além da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Princesa Isabel e do Hospital Regional de Cajazeiras, o treinamento também vai acontecer nos hospitais regionais de Monteiro, Picuí, Catolé do Rocha, Sousa, Taperoá, Guarabira, Piancó, Pombal e Itabaiana, e no Hospital Geral de Mamanguape.