Base de Bolsonaro vota contra projeto de lei que transforma pedofilia em crime hediondo

Base de Bolsonaro vota contra projeto de lei que transforma pedofilia em crime hediondo

No projeto, que tem como relator o deputado Charlles Evangelista (PP-MG), a pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado, e o crime será insuscetível de anistia, graça, indulto e fiança

Aliados do governo de Jair Bolsonaro (PL) impediram nesta quarta-feira (19), por 224 a 135 votos, a análise do projeto de lei (PL 1771/2015), que inclui a pedofilia entre os crimes hediondos. No projeto, que tem como relator o deputado Charlles Evangelista (PP-MG), a pena deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado, e o crime será insuscetível de anistia, graça, indulto e fiança.

De acordo com a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), “Bolsonaro está com indícios, sim, de pedofilia na sua prática”. “Nós precisamos dizer isso em alto e bom tom!”, disse. “Uma situação que barbarizou, que chocou o Brasil”.

A tentativa de votar a proposta aconteceu após Bolsonaro afirmar na última sexta-feira (14) que “pintou um clima” com adolescentes quando ele fez um passeio de moto na comunidade de São Sebastião, nos arredores de Brasília, e conheceu alguns jovens.

A parlamentar do PT-CE afirmou ser um absurdo que nós fechemos os ouvidos e os olhos para aquele tipo de comportamento do Presidente da República”. “Situação triste, chocante, de um presidente da República se dirigir a meninas que estão aqui inclusive refugiadas e tratá-las como se elas estivessem diante da exploração sexual de crianças e adolescentes”.

Parlamentares bolsonaristas do PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos, Podemos, PSC, Novo, Solidariedade, Avante, Patriota, Pros e PTB votaram contra a pauta, e a sessão terminou sem a apreciação do mérito do projeto que trata a pedofilia como crime hediondo.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) também defendeu a votação imediata do PL 1771/2015. “Vamos deixar de proteger os pedófilos! Estamos aqui para defender os direitos de crianças e adolescentes, que estão sendo desrespeitados”, afirmou.

“Não se pode simplesmente tentar desqualificar uma fala. Cabe à base do governo mostrar que Bolsonaro não é pedófilo. Se o presidente entrou em uma casa e achou que havia uma situação de exploração sexual, porque tudo indica que não havia situação de exploração sexual, que é mais um preconceito xenófobo do presidente, ele deveria ter tomado alguma atitude, mas não tomou nenhuma providência”, acrescentou.

wscom

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