Mais um filiado histórico do Partido dos Trabalhadores da Paraíba deixa a sigla após sanções do Comitê de Ética contra partidários, na última semana. O advogado Anselmo Castilho, um dos punidos pela legenda, anunciou nesta segunda-feira (28) sua desfiliação do PT, após 36 anos.
Em carta aberta ao PT, o ex-militante do partido diz: “A minha filiação ao PT chega ao fim. Foram 36 anos de vida partidária. Mas, posso dizer que a minha relação com o Partido dos Trabalhadores remonta da luta pela sua legalização, já que acompanhei meu saudoso pai, Agamenon Castilho, nas inúmeras reuniões que definiram as estratégias de execução para as tarefas que possibilitariam cumprir a exigência legal, a qual oficializou o PT como partido.”
Castilho destaca no texto que todas as regras internas do partido foram cumpridas para a definição da candidatura do PT nas eleições municipais de 2022. No entanto, ele explica que “como a Direção Municipal de João Pessoa não se submeteu a uma determinação, encaminhada poucas horas antes do início da Convenção (16/09/2020), por mensagem de whatssapp, de que deveria a convenção deliberar pela retirada da candidatura de Prefeito do PT do Deputado Anísio Maia e passar a apoiar a candidatura do Senhor Ricardo Coutinho, do PSB, que havia acabado de decidir pela sua candidatura, todos os envolvidos passaram a estar em falta grave.”
O advogado afirma que ele, Anísio Maia, Giucélia Figueiredo e Josenilton Feitosa foram punidos sem amparo estatutário, e credita a ação do Diretório Nacional em agir com autoritarismo ao retorno do ex-governador Ricardo Coutinho e do ex-prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, ao partido.
“Como reputo que o viés autoritário do PT se apresentou de forma exacerbada e não comungo com autoritarismos, mesmo os de esquerda; como considero que os motivos que levaram a Direção Nacional a cometer flagrantes atos de confrontos às regras estatutárias se aprofundaram quando do processo de filiação dos Senhores Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo, sem qualquer obediência a um princípio natural no PT que é o debate de ideias; como antevejo que o viés autoritário se projeta para o futuro, prefiro deixar o partido.”