Campina Grande completa 157 anos de Emancipação Política como uma das cidades que mais crescem no Nordeste

Campina Grande completa 157 anos de Emancipação Política como uma das cidades que mais crescem no Nordeste

“Estala relho marvado, Recordar hoje é meu tema, Quero é rever os antigos tropeiros da Borborema”. Poucas músicas retratam tão bem Campina Grande, como “Tropeiros da Borborema” de Rosil Cavalcanti e Raymundo Asfora, e que ficou imortalizada na voz de Luiz Gonzaga.

Erguida no alto da Serra da Borborema, Campina Grande completa nesta segunda-feira (11),   157 anos de emancipação política.  A cidade que é referência econômica, cultural, histórica, tecnológica e educacional fica a 120 km de João Pessoa e possui mais de 400 mil habitantes. A cidade foi fundada em 1º de dezembro de 1697, tendo sido elevada à categoria de cidade em 11 de outubro de 1864, de acordo com a Lei Provincial de Nº 137., há exatos 157 anos.

Cidade moderna e futurista e, ao mesmo tempo, firmada em elementos do passado, Campina Grande completa mais um ano de vida avançando no tempo, e como o município que mais cresce no interior do Nordeste. O crescimento vertiginoso da Rainha da Borborema, é fruto do espirito de luta do seu povo.

“Campina tem as suas peculiaridades. É uma cidade que tem um povo que acredita e valoriza a sua cidade, o que é preponderante para o desenvolvimento” disse o empresário Arthur Almeida, o Bolinha.

Conhecida como “A Rainha da Borborema”, Campina, é considerada um dos principais polos industriais da Região Nordeste bem como um dos maiores polos tecnológicos da América Latina, além de  “Berço do Saber” para vários paraibanos de outras cidades e também de pessoas de outros estados e até de outros países. Um polo de excelência na produção de softwares, a cidade também chegou a fabricar aviões, entre outros produtos que a tornam referência industrial

Como polo tecnológico, Campina exporta profissionais de tecnologia da informática para trabalhar em empresas como Microsoft, Google e diversas outras multinacionais.

O historiador Alarcon Agra do Ó, detalhou alguns dos aspectos da rica história da segunda maior cidade da Paraíba. Professor do Departamento de História da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), destacou,  o povoamento inicial, ligado à expansão territorial da colônia e marcado por uma extensa violência contra as populações indígenas; as lutas sociais no século XIX, quando trabalhadores pobres e pequenos proprietários se revoltaram contra os rigores da Coroa Imperial e de seus agentes.

O professor Alarcon Agra, também citou  a modernização conservadora, no sentido de que gerou riqueza mas não a distribuiu de forma equilibrada, conquistada, em períodos diversos, graças a situações particulares, e a tentativa de industrialização e de reforma urbana nos anos 1970/80, a entrada em cena do turismo de eventos desde os anos 1990.

De acordo com o historiador Gervásio Aranha, a cidade viveu seis importantes fatos que foram decisivos para o seu crescimento. Ele enumera a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo em 1697 e o consequente, aldeamento; a emancipação política em 1864; a saga dos Tropeiros; a conquista da luz elétrica que impulsionou o progresso; a chegada do trem em 2 de outubro de 1907, e o ciclo da cultura e do algodão.

De acordo com o historiador, os tropeiros, que inspiraram a música “Tropeiros da Borborema”, ,tiveram papel importante. Este comerciantes ‘nômades’,, transportavam suas cargas em lombos de jumento por todo o Nordeste e paravam obrigatoriamente na Rainha da Borborema, por ser um município estratégico. No estalo do relho, Campina Grande se desenvolveu como uma das principais cidades do interior do país.

Até 1940, Campina Grande era a segunda maior exportadora de algodão do mundo, atrás somente de Liverpool, na Inglaterra. De lá pra cá, a economia e as características do comércio de algodão mudaram, mas a cidade manteve-se na vanguarda ao desenvolver em parceria com a Embrapa um produto ecologicamente correto: o algodão colorido orgânico.

Produzido organicamente nos tons marrom, verde, rubi e branco tradicional, o algodão colorido conquistou o mercado nacional e internacional e ganhou o selo de indicação geográfica, o que garante a procedência do produto e a qualidade com que ele é produzido
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Terra do Maior São João do Mundo, Campina se destaca por suas praças e monumentos, que contam detalhes de uma das mais aconchegantes cidades do País. Quem caminha pelas ruas  da Rainha da Borborema, respira a poesia que a cidade declama nas entrelinhas dos versos que protagoniza. Campina do Açude Velho com suas inseparáveis estátuas do centenário que faz alusão ao índio, a catadora de algodão e ao tropeiro; do Parque do Povo, do Parque Evaldo Cruz, do Teatro Municipal Severino Cabral, da Feira Central, da avenida Maciel Pinheiro e do Calçadão da Cardoso Vieira, a Praça Clementino Procópio entre outros monumentos.

Sob o signo do desenvolvimento e do progresso, Campina Grande chega aos seus 157 anos como cidade de vanguarda.  Entre a riqueza do passado, e a memória de seus desbravadores, ela fixa os olhares para o futuro, sempre reservado para o seu povo, as oportunidades para superar crises,  vencer desafios e recomeçar na busca por novos sonhos.  


PB Agora


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