Com Bolsonaro freado, Brasil completa um mês de estabilidade institucional

Com Bolsonaro freado, Brasil completa um mês de estabilidade institucional

Pelo menos no Congresso, esse recuo parece ter surtido alguns efeitos, como o destravamento de projetos de interesse do governo

O Brasil completa um mês de estabilidade institucional, após longo período de turbulência. Com o país atolado em um emaranhado de crises, aliados têm conseguido convencer o presidente Jair Bolsonaro a manter uma trégua nos atritos com os outros Poderes, em especial o Supremo Tribunal Federal (STF). Pelo menos no Congresso, esse recuo parece ter surtido alguns efeitos, como o destravamento, no Senado, da pauta econômica e de outros projetos de interesse do governo.

A puxada de freio de Bolsonaro coincide com o momento em que estão em jogo, no Legislativo, matérias importantes como o Marco das Ferrovias, a privatização dos Correios, a reforma do Imposto de Renda, a PEC dos precatórios e o BR do Mar — projeto que amplia o transporte marítimo de cabotagem pela costa brasileira para reduzir a dependência do transporte rodoviário.

Esses projetos são vitais para o governo organizar as contas e cumprir metas prioritárias, como o lançamento do Auxílio Brasil, planejado para substituir o Bolsa Família e turbinar os recursos transferidos aos beneficiários. Internamente, o Planalto avalia que o novo programa tem potencial para recuperar a popularidade de Bolsonaro, que vem caindo num contexto de desemprego, alta inflacionária e aumento da pobreza e da fome no país.

Ajuda de Temer

Em 9 de setembro, com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB), Bolsonaro divulgou a Carta à Nação, na qual recuou das ameaças feitas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) no feriado da Independência. Desde então, em eventos, nas redes sociais e em conversas com apoiadores, o presidente da República abandonou o tom belicoso com que se referia a ministros da Corte, em especial Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por causa de ataques a magistrados e ao processo eleitoral, o chefe do Executivo se tornou investigado em inquéritos nas duas Cortes.

Por trás dessa aparente calmaria institucional estão os principais caciques do Centrão, grupo de partidos que assumiu a articulação política do governo. Atuam como bombeiros de plantão o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL); e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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