
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), desembarcou na capital paraibana no fim da manhã desta quarta-feira (18). Em coletiva de imprensa, ele e o filho, o deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB), afirmaram que a viagem de retorno ao Brasil foi desaconselhada tanto pelo Ministério das Relações Exteriores quanto pelo próprio governo de Israel, devido ao agravamento do conflito com o Irã.
Ao relatar as articulações para o retorno do pai, o deputado federal afirmou que o ministro Relações Exteriores, Mauro Vieira, desencorajou o retorno da comitiva de autoridades para o Brasil. Porém, mesmo assim, decidiram fazer a viagem de volta.
“A gente ligou para o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e ele, muito prudente, desencorajou essa missão. E eu disse: ‘Eles estão decididos, mesmo que seja para eles assinarem algum termo de responsabilidade e para eles assumirem a responsabilidade. Eles estão prontos para assumir essa responsabilidade’”, afirmou.
Segundo o prefeito Cícero Lucena, a comitiva recebeu suporte do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), da Comissão de Relações Exteriores, e foi criado um grupo de apoio. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também participou das articulações e disponibilizou um conselheiro para auxiliar nas tratativas.
O prefeito afirmou que o governo de Israel deu todo o apoio, mas, inicialmente, também queria que a comitiva aguardasse no país por mais alguns dias, por considerar que as autoridades estavam em local seguro.
“O nosso acesso era direto com a embaixada e com o governo de Israel, que, como eu disse, deu todo o apoio, embora inicialmente quisesse que a gente aguardasse mais uns dias, porque nós estávamos em lugar seguro, na visão deles. Mas nós tínhamos outros fatores, como a tranquilidade dos amigos, principalmente da família”, afirmou.
Mersinho também afirmou que, no domingo (15) à noite, fez uma reunião com o governo israelense, onde os integrantes da comitiva manifestaram o desejo de retornar ao Brasil. Segundo ele, o governo de Israel deu apoio logístico para o retorno, mas foi necessário insistir.
“A gente teve que ser incisivo e teve que dizer: ‘Se vocês não nos derem a garantia, nós vamos sair de todo jeito’. Foi aí que eles viram que a gente sairia de todo jeito, com apoio ou sem apoio do governo de Israel, com apoio ou sem apoio do governo brasileiro”, afirmou.
Também pesaram na decisão, segundo o prefeito, a própria tensão e o medo de estar em meio ao conflito.
“A gente praticamente não dormia. A alternativa da gente dormir era um intervalo de manhã, mas, mesmo assim, teve manhã que tocou o alarme. Então, quer dizer, isso é muito desgastante pra gente. Você tá ali no bunker e tá ouvindo o míssil, ouvindo o míssil passar, se aproximando, sem notícia se caiu perto, se matou, se não matou”, relatou o prefeito.