Dada a complexidade do procedimento, foram reunidas as equipes de cirurgia pediátrica e ortopedia. O procedimento é pioneiro na unidade, que é uma das únicas no SUS com a capacidade de execução na rede pública. De acordo com o cirurgião pediátrico Vinicius Ramalho Marinho, a criança nasceu com o intestino e a bexiga abertos e para fora do corpo, necessitando de uma intervenção imediata e complexa. “Só para contextualizar sobre a raridade dessa patologia, ela acontece, mais ou menos, em um a cada 150 mil nascidos vivos”, ressaltou o médico.
O profissional explicou que já havia sido feito um procedimento no período neonatal, nos primeiros dias de vida, e, “dessa vez, a gente conseguiu fechar a bexiga, que estava totalmente aberta e aderida na parede abdominal”, explicou, lembrando que foram mais de 5 horas de cirurgia, feita por uma equipe multiprofissional, com anestesista; cirurgiões pediátrico e ortopédico; equipes de enfermagem do centro cirúrgico e da UTI no suporte pós-operatório.
O cirurgião ortopedista André Cristiano Lima explicou a parte da ortopedia no procedimento. “Uma das malformações envolvidas é na bacia, que fica aberta. A ortopedia fez o procedimento inicial e final, que foi cortar a bacia, fazer uma osteotomia (corte nos ossos) e fechá-la”, esclareceu.
A paciente é uma menina de 3 anos, do município de Serra Grande, no sertão paraibano. A mãe, Cícera Henrique da Silva, disse que tem mais um filho de oito anos que está em casa com o pai, enquanto ela acompanha a filha durante o tratamento. Apesar da dificuldade, ela está confiante no tratamento que vem recebendo do Hospital e na boa recuperação de Maria, que segue estável e aguarda os próximos passos do tratamento, que pode incorrer em novas cirurgias para melhorar a qualidade de vida da criança.