A homenagem do Governo da Paraíba aos artesãos que criam suas obras de arte tendo o papel como matéria-prima — com destaque para as técnicas do papel machê e da papietagem — busca estimular a tipologia e também as práticas sustentáveis. São poucos os artesãos que trabalham com a tipologia. Inscritos no PAP, por exemplo, são oito profissionais.
A primeira visita de Ana Maria Lins nesta terça foi ao artesão Ednaldo Ferreira, que trabalha com esculturas em papietagem. “Ontem, em João Pessoa, tivemos a oportunidade de conhecer três artesãos que trabalham com o papel. Hoje, estamos aqui em Alagoa Grande, conhecendo o grande trabalho de Ednaldo, com peças belíssimas, que desde já mostram que o Salão do Artesanato Paraibano será muito rico, com produtos de muita qualidade”, disse a primeira-dama, que ainda visitou o ateliê de Socorro Souza – que confecciona luminárias –, no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa.
“Além disso, estamos conversando com os artesãos para ouvir deles a forma como gostariam de ser homenageados, as condições de trabalho e o que pode ser feito pelo Governo do Estado para incentivar ainda mais essa técnica, abraçada por poucos artesãos. Cada história ouvida durante essas visitas dá a certeza de que vale a pena o Governo investir nesses profissionais”, destacou Ana Maria Lins.
A segunda-dama Camila Mariz, que também acompanhou esse segundo dia de visitas, avaliou os encontros como extremamente positivos. “Foi uma grande oportunidade de ouvir a história de vida e também profissional desses artesãos e de poder constatar que essa homenagem que eles vão receber vem em boa hora, já que alguns sequer estavam participando dos Salões. Parabéns à primeira-dama pela ideia, ao governador João Azevêdo e ao vice-governador Lucas Ribeiro que vêm fazendo uma gestão humana, com empatia acima de tudo”, comentou.
A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, também fez uma avaliação positiva das visitas técnicas aos homenageados do 39° Salão do Artesanato. “Cada sugestão, cada observação feita por esses artesãos, verdadeiros guerreiros da arte em papel, será pensada e repensada com muito carinho por toda a nossa equipe. É uma homenagem que será feita para eles e, acima de tudo, com eles”, observou ela durante a visita, da qual também participou a coordenadora de Capacitação do PAP, Yara Alencar.
Ao todo, sete artesãos serão homenageados durante a realização do 39° Salão do Artesanato Paraibano: Geo Oliveira (papel machê, papietagem e objetos decorativos); Dadá Venceslau (esculturas); Babá Santana (esculturas circenses); Adriano Oliveira (cabaça e jornal); Carlos Apolônio (esculturas e quadros); Socorro Souza (luminárias); e Ednaldo Farias (esculturas em papietagem).
Os artesãos homenageados também estão participando de uma oficina criativa com o designer Sérgio Matos — trabalho que resultará em peças que vão compor a decoração temática, mais uma homenagem dentro do Salão do Artesanato, já que a Capital paraibana terá partes do seu Centro Histórico retratadas nas obras, assim como o município de Alagoa Grande.
Perfil dos homenageados visitados — Nascido em Alagoa Grande e filho de pais agricultores, Ednaldo Farias Ferreira está no mundo do artesanato há mais de 25 anos. Um trabalho de reciclagem que desenvolve com comunidades carentes do município, localizado no Agreste paraibano, fez ele desenvolver as habilidades manuais no papel. “Tudo aquilo que iria para o lixo, começamos a aproveitar. Foram surgindo peças, e eu comecei a perceber que aquele projeto poderia ser expandido. Estou há 15 anos fazendo essas esculturas, e me sinto muito feliz”, contou ele em seu ateliê, um sonho conquistado há poucos anos graças ao incentivo financeiro da Lei Aldir Blanc.
Sobre a importância da homenagem no 39° Salão do Artesanato Paraibano, Ednaldo, aos 42 anos de idade, foi enfático: “É um privilégio receber essa homenagem, principalmente por ser a primeira vez. Receber a visita da primeira-dama no meu ateliê, que tem realizado com Marielza um trabalho muito próximo dos artesãos, é outra grande honra”, externou.
Nascida em João Pessoa, Socorro Souza aprendeu as possibilidades do artesanato ainda na infância — a veia empreendedora com a vontade de ser financeiramente independente foram decisivas nesse processo.
Aos 64 anos, a enfermeira aposentada e artesã — sempre na ativa — descreve a homenagem que receberá do Programa do Artesanato Paraibano como “um grande recomeço”. “Deus usou vocês para ministrar vida na minha vida. Não é que eu estava morta; é que eu não tinha muita esperança nas coisas. E essa homenagem vem fortalecer a minha autoestima e o amor pelo artesanato, que nem nas piores fases da minha vida abandonei. Estou muito feliz”, concluiu a artesã de múltiplas habilidades.