Primeira-dama do Estado prestigia encerramento de oficina na Penitenciária Júlia Maranhão e destaca compromisso do Governo com projetos de ressocialização

Primeira-dama do Estado prestigia encerramento de oficina na Penitenciária Júlia Maranhão e destaca compromisso do Governo com projetos de ressocialização

A primeira-dama do Estado, Ana Maria Lins, prestigiou, na manhã desta quarta-feira (31), a cerimônia de conclusão da primeira oficina do Projeto Folhas da Paraíba — Artesanato e Sustentabilidade Social. A primeira turma concluinte é formada por 14 reeducandas da Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa. A técnica de cozer folhas do cajueiro e da pata-de-vaca para a confecção de bolsas e outros adereços vem se somar a outros projetos do Sistema Penitenciário paraibano, como o Castelo de Bonecas, símbolo de reinserção social.

Na ocasião, Ana Maria Lins parabenizou as concluintes do curso e destacou a importância dos projetos de ressocialização na recuperação dos reeducandos. “Este projeto tem uma técnica sofisticada, pouco conhecida, mas com um objetivo simples e efetivo: oferecer a estas mulheres oportunidade de mudarem de vida, principalmente quando saírem daqui e voltarem a conviver em sociedade, oferecendo uma profissão, já que elas vão ter uma carteira de artesã, um meio de sustento. Com esses projetos existentes nas unidades prisionais do Estado, todos saem ganhando: o sistema de Justiça, o Governo, a população, mas principalmente aqueles que querem apenas uma segunda chance”, afirmou.

“O Governo da Paraíba não medirá esforços para humanizar cada vez mais o Sistema Penitenciário com projetos como este que as reeducandas do Júlia Maranhão acabam de concluir, mas também com um conjunto de outras ações”, destacou Ana Maria Lins, anunciando a ampliação do espaço na Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão, onde é realizado o Castelo de Bonecas. Com isso, o número de alunas reeducandas deve sair das atuais 12 para 30, replicando ainda todo o processo de aprendizagem.

O gerente-executivo da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), Ronaldo Porfírio, ressaltou que o Projeto Folhas da Paraíba vem fortalecer o carro-chefe do Sistema Penitenciário, a ressocialização. “Recebemos o apoio total do Governo do Estado, na pessoa do governador João Azevêdo, para o desenvolvimento e a ampliação dos trabalhos de ressocialização. Temos vários exemplos, como o Castelo de Bonecas e agora a chegada de mais este projeto. Semana passada, por exemplo, lá no Sílvio Porto, acompanhamos a entrega do curso de eletricista”, disse ele, que, na ocasião, representou o secretário da Seap, João Alves.

Opinião compartilhada pela diretora da Penitenciária Maria Júlia Maranhão, Cinthya Almeida. “A conclusão desta oficina nos deixa muito felizes, porque essas mulheres serão replicadoras de tudo o que aprenderam aqui. Em meus quase 16 anos de serviço público prestado ao Sistema Penitenciário, posso dizer que temos uma gestão que nos enxerga, que nos percebe e que tem sensibilidade”, comentou.

A gerente do Museu Casa de José Américo e coordenadora geral do Projeto Folhas da Paraíba , Janete Rodriguez, comemorou os resultados obtidos na primeira oficina do Projeto. “É um momento muito importante, resultado das portas abertas que encontramos no Governo do Estado para realizar projetos que são abraçados por todos, como este que agora chega à Penitenciária Maria Júlia Maranhão. Contamos com todo o apoio para trazer Tânia Lima, artesã de Goiás que ministrou essa oficina ano passado no Centro de Referência do Artesanato Paraibano e que agora está sendo replicado nas unidades prisionais do Estado, que não devem ser vistas como um local de castigo para quem cometeu algum erro, mas um lugar para repensar. Por isso, a importância deste e de tantos outros projetos”, observou, adiantando que as reeducandas já vão emendar outra qualificação com a artesã Tereza Júlio, que produz brincos e outros acessórios.

Da mesma opinião é a coordenadora de Capacitação do PAP, Yara Alencar, que representou a gestora do programa, Marielza Rodriguez. “Estou muito feliz por esse momento, porque essa oficina foi gestada no nosso Centro de Referência do Artesanato pela professora Janete Rodriguez e pela nossa primeira-dama Ana Maria Lins. É um projeto sólido, e eu não tenho dúvida de que virão muitas outras oficinas”, acrescentou.

A defensora pública, que representou a Defensoria Pública da Paraíba, Iara Bonazzoli, destacou alguns benefícios dos projetos de ressocialização no Sistema Penitenciário. “A gente tem ainda na sociedade um pensamento de querer segregar as pessoas que cometeram delitos e puni-las, inclusive, com excessos além da Lei. O que a gente se esquece, muitas vezes, é de que essas pessoas vão voltar para a nossa sociedade — o Brasil adota do sistema progressivo de pena. E se essas pessoas tiverem um tratamento digno, que respeite a humanidade delas, que permita uma reintegração no mercado de trabalho, toda a sociedade ganha com menos reincidência, entre outros benefícios”, alertou.

Ampliando horizontes — Com foco na sustentabilidade, o Projeto Folhas da Paraíba vem fortalecer ainda mais o processo de ressocialização nas unidades prisionais paraibanas — o Castelo de Bonecas é um entre tantos projetos com esse objetivo.

Com o Folhas da Paraíba, a técnica de cozer as folhas do cajueiro e da pata-de-vaca produz resultados muito além da confecção de bolsas e outros adereços. A participação das reeducandas do Júlia Maranhão no projeto significa ampliar as janelas de oportunidades no mundo que as espera lá fora, bem diferente daquele de 20 anos atrás, por exemplo.

Ana Cláudia (nome fictício) não esconde a alegria por mais esta qualificação. “Eu já participo do Castelo de Bonecas, mas aprender este artesanato com esta nova técnica me deixou ainda mais cheia de boas expectativas para quando eu sair daqui”, disse.

“É uma técnica muito chique — quando vi a bolsa que eu fiz confesso que nem eu mesmo acreditei. Agora, como diz a doutora Cinthya, vou ter o maior prazer em repassar esse conhecimento para as demais companheiras”, emendou Geni, também nome fictício.

Em oito encontros, quatro professoras repassaram a técnica com as reeducandas — técnica aprendida ano passado pela artesã de Goiás Tânia Lima, fruto de uma parceria que envolveu o Governo do Estado, por meio da Fundação Casa de José Américo e o Programa do Artesanato Paraibano (PAP), além do Sebrae-PB.

A professora Maria do Carmo Alves disse que não apenas ensinou, mas também aprendeu. “Antes de tudo, gostaria de parabenizá-las pelo empenho, pela dedicação de todas. Foi uma troca super válida”, disse.

A iniciativa do Projeto Folhas da Paraíba tem como objetivo profissionalizar, inicialmente, as reeducandas da Penitenciária Maria Júlia Maranhão, para a confecção de bolsas e outros adereços tendo como matéria-prima folhas de árvores da Mata Atlântica — foram escolhidos o cajueiro e a pata-de-vaca.

“As folhas naturais são cozidas, pintadas, costuradas e, em seguida, bordadas, transformando-se em bolsas, adornos e adereços”, explicou Janete Rodriguez, enaltecendo, por isso mesmo, o caráter genuíno dos produtos que serão confeccionados.

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