Em breve, as crianças com cardiopatia congênita que necessitarem passar por cirurgia no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, pertencente à rede estadual de saúde, terão o procedimento acompanhado por especialistas do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-SP). Para isso, uma equipe do InCor esteve no Metropolitano, nesta terça-feira (30), para o treinamento de implantação do Projeto de Teleorientação de Ato Cirúrgico, cujo convênio foi assinado pelo governador João Azevêdo no início deste ano.
O projeto pioneiro visa a implantação de câmeras e microfones de alta resolução acoplados no equipamento médico e no centro cirúrgico do Hospital Metropolitano, para orientação, à distância, por especialistas do InCor-SP durante as cirurgias cardíacas em crianças com cardiopatia congênita.
Guilherme Rabello, Head de Inovação do InCor, ressaltou que o projeto tem o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia e está numa fase de expansão em que, além de testar a tecnologia, também irá fazer o uso dessa tecnologia em colaboração entre as equipes do Hospital Metropolitano e do Instituto do Coração de São Paulo.
“Nossa vinda ao hospital nos possibilita trocar experiência e preparar as equipes para a realização do primeiro procedimento cirúrgico que faremos teleorientado. É uma oportunidade de deixarmos todos os equipamentos funcionando, além de treinar e capacitar a equipe para iniciar os procedimentos da teleorientação de ato cirúrgico dentro da plataforma”, explicou Guilherme.
Durante a qualificação ocorrida nos dois turnos desta terça-feira, no auditório da unidade, os colaboradores tornaram-se aptos para a utilização da plataforma TAC – teleconferência do ato cirúrgico; que possibilita a troca de experiências entre cirurgiões de um centro assistido para um centro remoto, ministrado pela Bianca Meneghini, coordenadora de Pesquisa Clínica da Cirurgia Cardiovascular do InCor.
“O treinamento consistiu para o uso da plataforma e como também cadastrar os dados de acesso para que se tenha essa troca de informações de bancos de dados. A plataforma compila todas as informações que a gente tem na sala cirúrgica remota, que vai ser teleorientada num único display para que a pessoa que está a teleorientação consiga visualizar não só as imagens das câmeras, mas também dados desse paciente, sinais que vêm dos monitores multiparamétricos e outras informações importantes, para que a gente consiga fazer a avaliação da cirurgia o tempo todo”, explicou Bianca.
Para o diretor técnico do Hospital Metropolitano, Matheus Agra, os maiores beneficiados com o projeto são os pacientes da unidade hospitalar gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), que vão dispor de um nível mais elevado das cirurgias cardíacas pediátricas. “Os usuários do SUS do nosso Estado terão a oportunidade nos próximos dias de serem acompanhados junto à nossa equipe por especialistas do InCor, sem precisar se deslocar até São Paulo, graças ao uso da tecnologia e dessa parceria firmada. É uma honra participarmos de um projeto tão inovador. Somos o terceiro serviço do país a celebrar essa parceria e a nossa expectativa é que ela seja realmente longínqua e traga grandes frutos”, enfatizou o diretor.