No Clementino Fraga a testagem para as hepatites virais é de livre demanda, isso significa que toda pessoa pode se dirigir até o hospital, de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h para realizar o teste. O resultado é entregue em aproximadamente meia hora. Para realizar a testagem o usuário deverá portar documento oficial com foto, cartão SUS e comprovante de residência.
Neste mês de julho, a testagem será intensificada para o público em geral. Nos dias 22, 23 e 24, profissionais do hospital estarão incentivando pacientes do hospital que estejam no ambulatório a realizarem o teste, visto que a doença é silenciosa. Além disso, quem estiver na unidade nesses dias também poderá assistir pequenas explanações sobre o assunto. No dia 24 pela manhã, haverá uma encenação com a temática e, à tarde, palestra com um médico especialista no assunto.
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado, e pode ser causada principalmente por vírus, pelo uso de alguns medicamentos, álcool em excesso e outras drogas. As hepatites virais são classificadas como A, B, C, D e E. Por ser uma doença que na maioria das vezes não demonstra sintomas, ela pode acabar se tornando crônica. “Em relação aos perigos das hepatites virais, não é o mais comum, mas podem acontecer quadros de hepatites graves que podem levar até a insuficiência hepática e culminar com óbito”, alertou o médico gastroenterologista, que atua na área de hepatologia, Erick Vilar.
Ele explicou que, apesar da maior parte dos casos ser assintomáticos ou pouco sintomáticos, confundidos com uma virose qualquer, pode haver situações em que o paciente pode apresentar icterícia, dor, desconforto abdominal, fezes esbranquiçadas, urina escura, astenia e fadiga. “Ainda em relação aos perigos, podem cursar com cronificação e levar a cirrose e as complicações de cirrose. E no caso específico do vírus B, por ser um vírus oncogênico, a gente pode ter também um risco maior de ter câncer primário do fígado. Felizmente, a maioria dos quadros são auto limitados e há um processo depois de recuperação do fígado”, disse.
Pessoas que nasceram entre 1945 e 1980 devem procurar uma unidade de saúde e fazer o teste para hepatite C, pois pessoas nascidas entre esses anos têm cinco vezes mais riscos de estarem contaminadas. Neste período era comum o uso de seringas de vidro e transfusões de sangue não testados para hepatite C.
A prevenção contra as hepatites virais pode ser feita de maneira simples. “Com as hepatites A e E, a transmissão é fecal oral, por isso as pessoas devem sempre higienizar as mãos, cozinhar os alimentos, evitar alimentos crus. Em relação à hepatite B, que é de transmissão sexual e também de contato com sangue, faz-se necessário que a pessoa não compartilhe lâmina de barbear, material de depilação, tesoura, alicates… Além disso, o uso de preservativos nas relações sexuais são eficazes na prevenção da transmissão”, explicou o especialista.
Erick Vilar explicou ainda que é incomum que a hepatite C seja transmitida por via sexual, mas que pode acontecer. “É transmissível essencialmente por contato com sangue, seja por tatuagem, por instrumentos perfurocortantes, há algumas pessoas ainda que até o início da década de 90 receberam transfusões em geral (hemácias por exemplo), quando não existia triagem nos bancos de sangue”.
Em relação à hepatite D, por não ocorrer na Região Nordeste, apenas na Região Norte, nos casos de pessoas que migram de lá para o Nordeste, ela só acontece na presença da infecção da hepatite B, pois o vírus D precisa da presença do B para infectar. “Então você cuidando da hepatite B, evita também a D. Existem ainda as vacinas para hepatite A e B. Ambas estão no Calendário Nacional de Imunização.”