O Governo da Paraíba e o Sebrae-PB concluíram na sexta-feira (12) a semana de capacitação voltada para as crocheteiras de Campina Grande e região e para as rendeiras do Cariri paraibano. Com foco na inovação, sem abrir mão do lado genuíno, característica primordial do artesanato produzido no Estado, as oficinas foram ministradas por dois renomados designers — Sérgio Matos, em Campina Grande; e Renato Imbroisi, em Monteiro. O resultado, que ficou além do planejado e da expectativa, será conhecido durante a 38ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, que ocorrerá de 7 a 30 de junho, na Rainha da Borborema, e terá como tema “Paraíba de Todos os Santos e Encantos”.
A iniciativa integra um conjunto de ações do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde)/Programa do Artesanato Paraibano (PAP), para fortalecer o segmento, levando o que há de melhor na produção artesanal paraibana para o 38° Salão do Artesanato. Também na semana passada, por exemplo, a primeira-dama e presidente de Honra do PAP, Ana Maria Lins, iniciou uma série de visitas para conhecer os homenageados do evento — os artesãos santeiros. O foco das visitas, acompanhadas por auxiliares da gestão estadual, é conhecer como trabalham esses artesãos, discutir detalhes da homenagem e levar orientação sobre logística de produção e comercialização, entre outros benefícios.
Para Ana Maria Lins, a capacitação promovida pelo Governo do Estado, em parceria com o Sebrae-PB, é um dos fatores responsáveis pelo sucesso que o artesanato paraibano vem conquistando nos últimos anos. “Desde a primeira gestão do governador João Azevêdo que a orientação principal tem sido investir na capacitação do nosso artesão, da nossa artesã. E os resultados são os melhores possíveis — Salões que batem recorde de vendas, participação do nosso artesanato em feiras pelo Brasil afora”, disse.
“O resultado mais importante de tudo isso é você ouvir um artesão, uma artesã dizer que hoje consegue viver do seu trabalho. Mesmo quando acaba o Salão do Artesanato, por exemplo, eles continuam recebendo encomendas, continuam vendendo, por conta da aceitação”, completou Ana Maria Lins.
Resultados também vistos pela secretária da Setde, Rosália Lucas. “O artesanato paraibano tem se fortalecido culturalmente, resultado direto de oficinas como essas que acabaram na última sexta, mas principalmente economicamente, gerando renda e ocupação para muitas famílias, também resultado de toda essa capacitação. E tudo isso nos deixa muito felizes”, comentou.
A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, é enfática ao descrever a importância da capacitação para o artesanato paraibano: “A primeira consequência de todo esse esforço, que vale muito a pena, do Governo do Estado e de parceiros como o Sebrae é fazer com que o artesanato produzido aqui não fique para trás. É uma inovação que preserva o que há de mais genuíno, de mais verdadeiro no nosso artesanato. Com isso, vem a aceitação, aumentam as vendas, o nosso artesão, a nossa artesã, conquistam cada vez mais espaço”, observou.
Além da expectativa — As oficinas ministradas pelos designers Sérgio Matos, em Campina Grande, e Renato Imbroisi, em Monteiro, geraram resultados além das expectativas.
Assim como na Rainha da Borborema, 30 rendeiras dos cinco municípios do Cariri paraibano tiveram uma semana inteira de capacitação. Vinte anos depois, Renato Imbroisi revisitou a coleção Memórias do Ofício, ampliando e inovando todo o resultado conquistado duas décadas depois.
Para Renato, o maior estímulo é ter a certeza de que o conhecimento obtido pelas rendeiras nessa semana de capacitação será replicado nas comunidades delas. “Foi um prazer muito grande estar aqui em Monteiro, trabalhando com os cinco municípios, com cerca de 30 rendeiras que vieram para levar esse conhecimento para suas comunidades. Foi um encontro muito proveitoso — eu vim para fazer uma única coleção e estou fazendo cinco. Por quê? Porque existe a vontade, existe o interesse. As artesãs já participaram de uma série de capacitações e sabem da importância dessa criação — de conhecer para quem elas vendem”, disse.
O designer também elogiou a união de esforços para fortalecer o artesanato paraibano. “Por onde eu ando, eu falo da dedicação, do carinho, da união de todos os atores aqui da Paraíba — seja o Governo, seja o Sebrae, sejam as artesãs. Todo mundo junto se conecta para vender a marca Paraíba, que é um espetáculo”, acrescentou.
“A oficina criativa de Renato Imbroisi foi um sucesso com as nossas rendeiras, o Cariri vibra com o sucesso que tem sido o apoio efetivo do Sebrae e de todos os parceiros a essas mulheres que tanto resistem em seu ofício. Nosso Laboratório permanente de inovação e design no Crença também é uma realidade e realmente tem dado o salto qualitativo que pretendemos”, arrematou Madalena Arruda, gerente Regional do Sebrae em Monteiro.
Maria de Lourdes de Oliveira, do município de São João do Tigre, é artesã rendeira há muitas décadas. A passagem do tempo mostra a ela a importância da capacitação. “É uma capacitação muito boa, muito importante. É uma troca de ideias — a gente aprende e também passa o que a gente sabe. A gente espera boas vendas no Salão do Artesanato, lá em Campina Grande, com as peças que a gente vai produzir a partir dessa capacitação de Renato”, disse.
Expectativa também compartilhada por Regina Gomes, do município de São Sebastião do Umbuzeiro. “A expectativa de todas as rendeiras são as vendas lá no Salão de Campina Grande. E eu tenho certeza de que todo mundo vai amar o que a gente vai apresentar nesse Salão”, externou.