O Ambulatório de Urologia do Hospital do Servidor General Edson Ramalho (HSGER) – unidade pertencente à rede estadual de saúde – realiza consultas e diversos procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos para devolver qualidade de vida aos pacientes. Um desses procedimentos é a pieloplastia, uma cirurgia que desfaz o estreitamento que ocorre na junção do ureter com a pelve renal, um problema que pode causar dilatação renal, formação de cálculos por represamento da urina ou até perda do rim. O procedimento endoscópico é mais seguro aos pacientes e permite uma recuperação mais rápida do que o método com cortes na região lombar.
Conforme o coordenador de Urologia do HSGER, Rafael Arruda, as cirurgias são realizadas após as consultas ambulatoriais que confirmam as necessidades dos procedimentos, com o auxílio de exames por imagem, também feitos no hospital. “Na cirurgia, cortamos a área de estreitamento entre a pelve renal e o ureter. Desmembramos e juntamos novamente, deixando um cateter para drenar e evitar o posterior estreitamento. O cateter é retirado após um período de 60 a 90 dias”, relatou o médico.
O operador de máquina rebobinadeira de plástico Marcelo Pereira, de 28 anos, está se recuperando do procedimento de pieloplastia. Residente na cidade de Itaporanga, ele sentia fortes dores nas costas e não sabia do que se tratava. “Fiz um ultrassom e uma tomografia, e o médico detectou um problema. Por meio da regulação, fui encaminhado ao Edson Ramalho, onde fui operado”, contou. Segundo o paciente, correu tudo bem na cirurgia e ele foi bem atendido por todos os profissionais de saúde.
Marcelo Pereira voltou ao HSGER para uma consulta de avaliação com o médico Eduardo Mota, que realizou o procedimento. “Como foi feita uma cirurgia no sistema urinário, verificamos como está a parte miccional do paciente. Qualquer cirurgia pode ter complicações, então, avaliamos o paciente como um todo, incluindo o padrão respiratório, o histórico desde o procedimento e a cicatrização. Aproveitamos esse momento para tirar as dúvidas dos pacientes”, afirmou o médico. O paciente seguirá fazendo o acompanhamento no HSGER.
Rafael Arruda destacou que o procedimento é complexo, mas pouco invasivo, com a realização de quatro ou cinco furos na região abdominal, permitindo uma recuperação rápida para as atividades laborais e sociais, o que garante mais qualidade de vida. “Com o método de laparoscopia, em uma semana, o paciente já fica apto a algumas atividades diárias. Quando as cirurgias eram com cortes na região lombar, a recuperação poderia chegar a 60 dias. No procedimento, era preciso afastar os músculos, o que acarretava dores prolongadas no local do corte, que compreende regiões de nervos ou de parede abdominal”, explicou.
A estenose (estreitamento) na junção do ureter com a pelve renal pode ser de origem congênita, causando complicações ao longo dos anos, avaliou o coordenador da Urologia do HSGER. Outra possibilidade é que seja causada por fatores secundários, como cálculo renal ou cirurgia prévia nos rins, que levam ao estreitamento do local. “O cálculo renal também pode ser consequência da estenose. O estreitamento faz com que a urina não saia da maneira correta, e crie cálculos renais. Na pieloplastia, o desmembramento do ureter na pelve possibilita a retirada de cálculos nos rins”, acrescentou.
Acesso ao serviço – O acesso às consultas ambulatoriais de Urologia, no Edson Ramalho, é por meio da Regulação, com o fluxo iniciando na unidade de saúde da família do município do paciente. No HSGER, o médico avalia a necessidade da realização da cirurgia.
Modernização – De acordo com Ilara Nóbrega, diretora de Atenção à Saúde da Fundação Paraibana de Gestão em Saúde, que gerencia o HSGER, a unidade tem priorizado a realização de procedimentos mais modernos e menos invasivos, por meio endoscópico, a exemplo de ressecção transuretral da bexiga, realizada em pacientes com tumores.
O HSGER, pertencente à rede estadual de saúde, ainda realiza cirurgias de vasectomia (cirurgia que impede o homem de ter filhos), hidrocelectomia (cirurgia para retirada do líquido excessivo presente no testículo), postectomia (cirurgia de fimose) e de próstata por método convencional, entre outros procedimentos. Por meio do Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), os pacientes têm acesso a exames como raio-X, ultrassom e tomografia na própria unidade hospitalar, sem necessidade de deslocamento.