O setor de Psicologia do Hospital Servidor General Edson Ramalho (HSGER), unidade da rede de saúde do Governo da Paraíba administrada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), realiza um trabalho humanizado de acolhimento e escuta aos pacientes e acompanhantes. Uma das práticas utilizadas é o método de respiração diafragmática, uma técnica para acalmar o paciente ou o acompanhante em crises de ansiedade ou angústia.
A paciente Luzinete Farias foi internada com um processo infeccioso na pele (erisipela), causado por uma bactéria, e sofre com o problema há uns meses, segundo seu filho Severino Nascimento. Ele conta que ela está internada há uma semana no HSGER, mas que é difícil ver sua mãe nessa situação de vulnerabilidade.
“Eu venho ficar com ela nos meus dias de folga do trabalho, isto é, dia sim, dia não. Eu fico triste em vê-la doente, inclusive presenciei uma crise de ansiedade. Tentei acalmá-la da minha forma, mas a psicóloga tem sua técnica de trabalho e foi chamada para ajudar. Agora, estou na esperança de ela melhorar logo”, conta Severino Nascimento.
A profissional que cuidou de dona Luzinete Farias foi a psicóloga Vanclécia Lima, que utilizou o método da respiração diafragmática para acalmar a paciente. “A partir do exercício, ela foi relaxando e retornando para si, com isso, trabalhamos as vivências em casa com os familiares. Eu sempre costumo dizer uma frase aos pacientes: estar no hospital não é estar para tratar doenças, e sim para buscar saúde”, aponta a psicóloga.
Vanclécia Lima enfatiza que os acompanhantes também são abordados. “Perguntamos como eles se sentem diante da situação e fazemos esse momento de reflexão para que eles possam se acalmar também”, relata ela.
Suporte – A coordenadora do setor de Psicologia do HSGER, Rosemary Garcia, afirma que a equipe do setor vai até os leitos da Maternidade, clínicas e urgências para apoiar quem necessita de atendimento. Além disso, há o serviço prestado no Ambulatório de Especialidades, como parte do processo para realização de cirurgias bariátricas.
“Dependendo do caso clínico do paciente, não é de uma hora para a outra que uma cirurgia é realizada, é preciso verificar se há condições clínicas. Com isso, por vezes, o paciente fica angustiado, bem como seus familiares. É um processo que demanda tempo e paciência. Nesses casos, a Psicologia conversa, dando o suporte no contexto de confortar as pessoas. Dependendo da situação, a abordagem pode ser individual ou em grupo, utilizando até mesmo o auditório para realizar dinâmicas coletivas”, comenta Rosemary Garcia.
Maternidade – Segundo Rosemary Garcia, na Maternidade do HSGER, o trabalho é feito na UTI neonatal. Ela comenta que muitas mães são do interior do Estado, deixam sua casa, e sua família para ficar com o bebê prematuro na Casa das Mães, dentro da unidade hospitalar, e ficam angustiadas com a situação.
“Algumas mães chegam a passar meses acompanhando seus bebês, às vezes, com outros filhos em casa. Para dar apoio, as psicólogas fazem um trabalho de acolhimento. Por exemplo, há um dia de assistir filmes, há terapias em grupo, individual e palestras sobre aleitamento materno e a importância do convívio com o bebê, do calor humano e do cheiro”, relata a coordenadora do setor de Psicologia do HSGER.
Acompanhamento – A dona de casa Joelma de Souza, de 46 anos, é atendida pelo Ambulatório de Especialidades do HSGER porque vai fazer uma cirurgia bariátrica. Ela procurou o hospital há dois meses por conta da obesidade, o que causa problemas de locomoção, diabetes e hipertensão, e avalia que o acompanhamento multiprofissional do hospital é muito bom.
“A gente passa por consulta com médicos para ficar a par de tudo o que vai acontecer e também com psicólogos. Aqui é muito bom. Queria levar a psicóloga para casa”, brinca ela. “Foram cinco sessões com a psicóloga, que é maravilhosa e carinhosa com os pacientes”, continua Joelma de Souza.
A psicóloga Ana Karina faz o acompanhamento da paciente Joelma de Souza e destaca o serviço como requisito obrigatório antes da cirurgia bariátrica. “Nosso trabalho é tentar entender o comportamento alimentar do paciente, alinhar as expectativas da cirurgia com a realidade, buscar novos repertórios alimentares e trabalhar o pós-cirúrgico e o comportamento com a alimentação. Queremos alinhar a mente com essa nova realidade”, explicita ela.
Ana Karina enfatiza que, com a cirurgia, há uma mudança grande com a auto-imagem e o comportamento do paciente. Há um empenho em mostrar ao paciente que o objetivo final não é só a cirurgia, mas a qualidade de vida dali para frente. “O grande sucesso da cirurgia não está no ato em si, mas na maneira como o paciente vai se portar após o procedimento”, ressalta.