A Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta terça-feira (24), no auditório da Escola de Saúde Pública da Paraíba (ESP), uma atualização para a vigilância da esporotricose (doença causada pelo fungo do gênero Sporothrix, que habita a natureza e está presente no solo, palha, vegetais, espinhos, madeira). A formação teve como objetivo orientar profissionais de saúde na condução de casos suspeitos ou confirmados de esporotricose humana e animal. Participaram do evento coordenadores da vigilância epidemiológica, ambiental e da atenção primária à saúde.
De acordo com a responsável técnica por Esporotricose Humana da SES, Allana Oliveira, a atualização irá embasar e dar conhecimento aos municípios para que eles estruturem a vigilância da esporotricose em seus territórios. “Com essa formação, os profissionais estarão aptos para identificar novos casos, fortalecer ações de vigilância epidemiológica e ambiental, monitoramento e controle da doença como também, conhecer o fluxo laboratorial. Queremos que as pessoas entendam que a esporotricose existe, que é uma doença que está distribuída no solo, com uma prevalência importante no estado. É preciso lembrar que os animais são acometidos, mas que os humanos também”, observou.
Na ocasião, foram tratados os aspectos clínicos da esporotricose humana, a situação epidemiológica da esporotricose humana, os aspectos laboratoriais da doença e fluxos de amostras, assim como a esporotricose animal, seu monitoramento e cuidados com o meio ambiente.
O chefe do Núcleo de Zoonoses da SES, Assis Azevedo, destacou a importância da reunião para desmistificar falsas informações sobre a doença. “Muito se fala sobre a “doença do gato”, porém, é importante afirmar que o gato é tão vítima quanto nós, ele não é o transmissor da doença. O gato, pelo seu habitat semidoméstico, percorre todas as regiões, casas, ruas e assim dissemina o fungo. É necessário tratar esses animais de forma correta, seguindo as orientações do médico veterinário”, pontuou.
Com o diagnóstico é possível diferenciar a esporotricose de outras doenças que também afetam a pele, de características semelhantes, como a Leishmaniose. Na Paraíba, os exames que identificam a doença são feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB).
A responsável pelo diagnóstico da Esporotricose Humana do laboratório, Charmone Moreira, explicou que o diagnóstico é feito a partir do isolamento do fungo por meio da cultura fúngica. “São de 5 a 15 dias para dar o diagnóstico, no mínimo esse período. Caso o paciente esteja usando alguma pomada tópica ou algum antifúngico oral, tem que suspender a pomada por no mínimo 72 horas e o medicamento oral, mais ou menos uns 10 dias. Porém, na prática, a gente já viu também que pode ser suspensa mais ou menos uns 5 dias”, reforçou.
A atualização foi direcionada aos municípios da 1ª Região de Saúde, encerrando o ciclo de formações do ano, que anteriormente já havia capacitado as demais regiões.