A primeira-dama do Estado e presidente de Honra do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Ana Maria Lins, conheceu, nesta sexta-feira (20), a produção artesanal de mais duas comunidades quilombolas que vão ser homenageadas no 37° Salão do Artesanato: Quilombo O Grilo, no município de Riachão do Bacamarte; e Quilombo Pedra D’Água, em Ingá. A 37ª edição do Salão do Artesanato Paraibano será realizada no mês de janeiro, em João Pessoa, em parceria com o Sebrae, e terá como tema “Artesanato dos Quilombos da Paraíba.”
Acompanhada de auxiliares do Governo do Estado, desde agosto a primeira-dama vem realizando uma série de visitas às comunidades quilombolas. O objetivo é levar a notícia de que serão homenageados no 37° Salão do Artesanato, conhecer in loco como trabalham e traçar um diagnóstico para a implementação de políticas públicas para melhorar as condições de trabalho e de vida do segmento.
Em Riachão do Bacamarte, Ana Maria Lins, acompanhada da segunda-dama do Estado Camila Mariz, foi recepcionada com apresentações culturais típicas da comunidade quilombola O Grilo, ocasião em que destacou a importância da homenagem. “É uma homenagem que vai, acima de tudo, fazer essas comunidades serem lembradas, pois o Salão do Artesanato é uma grande vitrine. E aproveitamos essa homenagem para saber como anda a produção artesanal dos quilombolas, ouvir suas reivindicações e os detalhes dessa homenagem”, disse.
“Na 35ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, homenageamos os povos indígenas, com enorme sucesso. E tenho certeza de que agora, com as comunidades quilombolas, a população também vai prestigiar o 37° Salão, que vai acontecer num grande espaço, no estacionamento do Hotel Tambaú”, prosseguiu Ana Maria Lins.
Para a segunda-dama Camila Mariz, a homenagem do Salão do Artesanato Paraibano às comunidades quilombolas só reforça o quanto o Governo tem trabalhado de maneira inclusiva. “Assim como foi feito com os indígenas, agora também está sendo feito um resgate dos povos quilombolas, preservando suas raízes, sua história de resistência, algo de muita importância”, comentou.
A secretária executiva da Mulher e da Diversidade Humana, Cristiana Almeida, destacou que a homenagem do Salão do Artesanato às comunidades quilombolas vai ao encontro de uma série de políticas inclusivas da pasta. “É uma homenagem justa e que vem se somar às políticas afirmativas da gestão do governador João Azevêdo. Nesta comunidade, na pandemia, estivemos presentes com distribuição de cestas básicas, entre outras ações. As comunidades quilombolas representam um símbolo de resistência, parte importante da história que, com a homenagem, será revisitada”, ressaltou.
A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, disse que a homenagem representa um momento de autoafirmação para essas comunidades. “É um grande estímulo para que a diversidade da produção artesanal dos quilombos tenha continuação. Muitos nunca participaram de um Salão, e essa experiência mostra a eles que artesanato também é uma importante fonte de renda”, disse.
Há anos a comunidade quilombola O Grilo luta para que a produção artesanal se fortaleça, uma tradição que vem de gerações. Para que não se esqueçam da arte do labirinto, a professora Edcleide Matias tem sido fundamental. “A experiência com as mulheres quilombolas do Grilo tem sido maravilhosa. Todas muito atentas para aprender o que seus antepassados faziam com maestria. Por isso, é um prazer imenso repassar tudo o que eu sei pra elas”, externou.
As dificuldades dos pais eram quase uma obrigação para que os filhos saíssem de casa o quanto antes — com as mulheres, por exemplo, tendo de se casar mais cedo. Foi o que aconteceu com Luciana Graciliano. “Eu tive de sair de casa com 15 anos, mais ou menos, e por isso não tive tempo de aprender todas as fases do labirinto — sei apenas torcer. Por isso, fiquei muito feliz com essas aulas que estamos tendo com a professora Edcleide, e mais ainda com essa homenagem no Salão do Artesanato. Acho que isso vai ser um estímulo para a comunidade daqui”, disse.
Maria Pereira, líder das mulheres quilombolas labirinteiras também comemorou a notícia de que vão ser homenageadas no 37° Salão do Artesanato. “É uma notícia muito boa, que significa grande valorização para todas nós”, concluiu.
Em Ingá — Logo seguida, a primeira-dama do Estado se deslocou até o município de Ingá, onde conheceu a produção artesanal da comunidade quilombola Pedra D’Água — caracterizada pelo colorido do labirinto.
Durante a visita, Ana Maria Lins, juntamente com outros auxiliares do Governo do Estado, discutiu com o prefeito de Ingá, Robério Burity, uma série de projetos para fortalecer ainda mais as políticas públicas em prol da comunidade. “O governador João Azevêdo sugeriu que o artesanato dos quilombos da Paraíba fosse o grande homenageado na 37ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, e o Quilombo Pedra D’Água foi um dos escolhidos. É um momento importante, pois representa um resgate das raízes históricas de vocês, do símbolo de resistência que vocês representam. Contem com o Programa do Artesanato para fazerem bonito em João Pessoa”, anunciou a primeira-dama do Estado.
O prefeito Robério Burity também agradeceu a homenagem do Salão do Artesanato Paraibano à comunidade quilombola Pedra D’Água. “Pedra D’Água, assim como os outros irmãos quilombolas, são o símbolo de uma época de muito sofrimento, de parte de uma história que jamais deve ser esquecida, para que nunca mais se repita. Por isso, essa homenagem do Governo do Estado a essa comunidade representa o compromisso do governador João Azevêdo com Ingá”, afirmou.
A notícia de que a comunidade quilombola Pedra D’Água vai ser uma das homenageadas no Salão do Artesanato Paraibano foi recebida com muita alegria pela mestra labirinteira Maria Marta Ferreira. “Essa homenagem só vem somar. Eu sei do sofrimento que passamos aqui, e essa homenagem, com outras coisas que a Prefeitura e o Governo do Estado têm feito em prol da nossa comunidade, nos deixa muito felizes. Só tenho a agradecer”, concluiu.
A visita da primeira-dama do Estado foi acompanhada, ainda, por Virgínia Leite, secretária de Assistência Social de Ingá, e pela coordenadora de Capacitação do PAP, Iara Alencar, entre outros auxiliares da gestão estadual.