Aos 35 do segundo tempo, a placa de substituições subiu. O número 10 em vermelho significava que Marta sairia de campo. A rainha notou, tirou a faixa de capitã do braço e chamou a companheira Rafa. Ela, então, entregou a braçadeira para Rafaelle, zagueira da Seleção. Diante de muitos aplausos, Marta deixou o campo pela última vez em um Mundial.
“Não era nem nos piores pesadelos a Copa que eu sonhava”, lamentou a craque.
Foi um jogo de muitas despedidas em copas. O último hino do Brasil cantado com toda a vontade, mesmo quando a organização do estádio cortou uma parte, e também os últimos momentos em campo.
No primeiro jogo como titular na Austrália, mostrou categoria para dominar e já encontrar a colega mais bem posicionada e usou a experiência para indicar os melhores caminhos. O chute no primeiro tempo saiu prensado e as entradas duras incomodavam, é claro, mas pareciam ser muito pouco para quem já passou por tantos obstáculos para chegar até aqui.
A maior artilheira em copas do mundo, entre homens e mulheres, com 17 gols, não conseguiu marcar nesse Mundial.
Veio a substituição e, do banco, ela torceu para o Brasil desempatar a partida. Quanta história deve ter passado pela cabeça da rainha ao ouvir o apito final.
E muita coisa mudou desde que Marta disputou o primeiro Mundial, em 2003, com 17 anos.