O programa Coração Paraibano completará, na próxima segunda-feira (10), quatro meses de funcionamento e, desde que foi lançado pelo Governo do Estado, em março deste ano, já atendeu mais de 2.300 pacientes em procedimentos cardiológicos eletivos e de urgência, do litoral ao sertão paraibano.
Para a cardiologista do Metropolitano e coordenadora do programa, Roberta Tavares Barreto Teixeira, os primeiros meses do programa estão sendo um sucesso e um grande avanço para a saúde cardiovascular da população paraibana. “Esse resultado é surpreendente, e inédito. A Paraíba, hoje, é o estado pioneiro no tratamento adequado do infarto agudo do miocárdio, como nós temos centros de hemodinâmica nas três macrorregiões, estamos conseguindo transferir os pacientes para a realização do cateterismo em tempo hábil, que deve ser em menos de 120 minutos”, afirmou a gestora.
A cardiologista explicou que a principal causa de morte no mundo inteiro são as doenças cardiovasculares, e que o programa tem ajudado a buscar a redução nestes índices. “Diante disso, a Secretaria de Saúde do governo sempre teve a intenção de mudar essa realidade. Para ter êxito no tratamento do infarto, nós precisamos detectar o paciente infartado rapidamente e atuar com agilidade no tratamento, dessa forma reduzimos as chances de óbito e também de sequelas depois do infarto, e é justamente essa agilidade que o programa Coração Paraibano está conseguindo promover, então o resultado não poderia ser diferente”, pontuou Roberta.
A unidade de referência que registrou a maior quantidade de atendimentos em 4 meses de programa foi o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, com 1.029 procedimentos realizados; seguido da hemodinâmica de Patos, com 872 procedimentos; e a hemodinâmica de Campina Grande, com 494 procedimentos. Segundo Roberta, a equipe da SES-PB vem recebendo visitas de secretários de saúde de outros estados para mostrar como funciona o Programa Coração Paraibano. “Pernambuco é um deles, então estamos vendo que os gestores de saúde desses estados já estão nos buscando para utilizar o modelo do Coração Paraibano para o desenvolvimento de programas semelhantes fora da Paraíba”, frisou a cardiologista.
Nestes quatro meses, a unidade de referência que registrou um maior quantitativo de atendimentos em um único mês foi a hemodinâmica de Patos, com 298 pacientes atendidos no mês de junho. De acordo com o cardiologista hemodinamicista que atua nesta hemodinâmica, Jeann Carlos de Oliveira Santiago, em junho, a equipe da unidade atendeu pacientes de diversas localidades do Sertão da Paraíba, como: Patos, Cajazeiras, Piancó, Itaporanga, Pombal, Triunfo e São Bento.
“Graças à PB Saúde e ao Governo do Estado da Paraíba, hoje Patos se tornou a capital da cardiologia do Sertão. Estamos vivendo uma verdadeira revolução na saúde pública do Estado. São famílias que hoje estão tendo a oportunidade de ter um tratamento precoce e de qualidade. Eu, como paraibano e sertanejo, natural de Uiraúna-PB, me sinto muito orgulhoso em poder estar contribuindo com esse projeto incrível que vem salvando tantas vidas. Isso mostra que quando o poder público é bem gerido, com ideias inovadoras e responsabilidade, tudo acontece”, afirmou o cardiologista.
Luzia Gomes de Lira, de 74 anos, foi uma das pacientes beneficiadas pelo programa. No dia 28 de junho, a idosa, que reside em Brejo do Cruz, precisou ser transferida do Hospital Regional de Patos para o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, com urgência, e a viagem foi realizada em tempo hábil e com sucesso graças ao novo avião “Bombeiro 02” do Programa Coração Paraibano. Durante o voo, ela estava acompanhada pela neta Kaliane Gomes, de 27 anos, pois a nova aeronave do programa possibilita também o transporte de um acompanhante.
“Minha avó estava em casa se queixando de dor no peito e no braço, aí conseguimos uma vaga para ela fazer o cateterismo em Patos, mas durante o procedimento ela teve uma intercorrência e precisou ser transferida para o Metropolitano. O pessoal imediatamente veio buscar ela, e eu fui com ela no avião, graças a Deus a viagem foi bem tranquila. Ver que agora temos acesso a esse tipo de transporte, e atendimento rápido, é muito bom, eu tenho certeza que mais vidas vão ser salvas e estou muito feliz por minha avó ter sido uma delas”, relatou Kaliane.
De acordo com Roberta Barreto, o diferencial do programa é uma estrutura de quatro hemodinâmicas espalhadas em três hospitais nas três Macrorregiões de Saúde, 12 hospitais auxiliares para dar suporte na estabilização do paciente e na aplicação do trombolítico e uma rede de telemedicina que dá suporte 24h por meio da Central Estadual de Regulação.
“Foram compradas 40 novas ambulâncias para que seja feito o transporte adequado desses pacientes e mais uma aeronave, então nós pretendemos aumentar o número de procedimentos por mês e, dessa forma, contemplar mais paraibanos. Além disso, já estamos com o projeto de ampliar o atendimento para outras patologias, como o acidente vascular cerebral (AVC), que também é uma doença grave que precisa de tratamento imediato, então o modelo do Coração Paraibano vai, inclusive, nos ajudar a desenvolver outros programas de saúde em benefício da população paraibana”, finalizou a gestora.