O lateral direito Nino Paraíba, do América Mineiro, cobrou apostadores e pediu mais dinheiro para poder dar continuidade ao esquema de apostas que estava participando. As cobranças de Nino aos criminosos foram divulgadas nesta quarta-feira (10) pelo Ministério Público de Goiás (MPGO), que investiga, dentro da Operação Penalidade Máxima, um grupo criminoso, com participação de atletas profissionais, que agiu e age em campeonatos estaduais e nas Séries A e B do Campeonato Brasileiro.
Conforme apurado pelo ClickPB, em uma das mensagens Nino, que, na época, jogava no Ceará, diz que para cumprir outros objetivos traçados pelos apostadores eles precisam “acertar o que falta”, citando valores que ele ainda teria a receber sobre tarefas cumpridas por ele em partidas anteriores.
Em outra mensagem, o paraibano pede mais dinheiro ao grupo. “Agora colocar mais 15 [mil reais] aí?”. O fato foi comentado por outros participantes do esquema de apostas e um deles chegou a falar que tentou reduzir a pedida de Nino Paraíba, mas “Nino é foda”, lamentando não ter sucesso na empreitada. Outro apostador falou que “Nino pede muito”.
Em transcrição de áudios divulgada pelo MPGO, apostadores relataram que Nino Paraíba “já era nosso” e que “falta só dez mil daquela que deu bom, então ele já tá fechado com nós”, disse um dos criminosos. Veja os prints abaixo.
Uma planilha (vista abaixo) divulgada pelo MPGO mostra nomes de jogadores e valores recebidos ou à receber pelas tarefas cumpridas dentro das partidas. Nessa planilha o nomes de Nino Paraíba aparece duas vezes.
Entenda o caso
O Ministério Público de Goiás (MPGO) vem promovendo uma série de investigações contra um esquema de apostas esportivas promovido nos Campeonatos Brasileiro das Séries A e B, em 2022, e em alguns campeonatos estaduais deste ano. O esquema envolve a participação de jogadores, como o paraibano Nino Paraíba, que recebiam até R$ 80 mil para cumprir objetivos pré-determinados.
O crime, segundo o MPGO, começou a ser descoberto quando o presidente do Vila Nova-GO foi até o órgão e denunciou um esquema envolvendo jogadores do próprio clube.
O esquema funciona quando apostadores entram em contato com jogadores e oferecem valores altos para que eles cumpram ações em campo, como levar cartões amarelos ou vermelhos, cometeram faltas e penalidades, fazerem gols contra ou cederem laterais e escanteios.