Artesã apoiada pelo Programa do Artesanato Paraibano exporta produção para o Reino Unido

Artesã apoiada pelo Programa do Artesanato Paraibano exporta produção para o Reino Unido

Acreditar que algo poderia dar certo e, com a ajuda do Programa do Artesanato Paraibano (PAP) e de instituições como o Sebrae, ganhar o mundo — esse é o resumo da história de sucesso da artesã Maria das Neves Paiva, de 69 anos, mais conhecida como Nevinha do Artesanato, moradora do município de Itabaiana.

A então comerciária viu na profissão do marido, Antônio Teixeira de Paiva, de 72 anos, mais conhecido como Tota, a oportunidade de mudar de vida, conseguir a tão sonhada independência financeira. Ainda muito jovem, seu Tota aprendeu a arte da cerâmica, “mas trabalhava para os outros”, como faz questão de ressaltar dona Nevinha. “Eu achei que o trabalho dele era bom. Então, o incentivei a trabalhar pra gente. Ele não era muito de acreditar que iria dar certo, mas eu sempre acreditei”, contou.

Graças a essa percepção e senso de oportunidade, as peças de cerâmica (barro) fabricadas pelo casal, com a colaboração de mais quatro pessoas, ganharam o mundo. Mais recentemente, mais um contêiner com suas panelas de barro foi enviado para uma rede de restaurantes do Reino Unido.

“Eu me sinto uma pessoa realizada. Por quê? Imagina: você aqui numa cidadezinha pequenininha, como Itabaiana, lá no cantinho da Paraíba, e você exportar, eu sendo a única a fazer exportação em grande quantidade. Isso me deixa honrada”, diz dona Nevinha sobre o sentimento de ver o trabalho dela e do marido ganhar o mundo.

“Eu tenho muito a agradecer ao Programa do Artesanato e ao Sebrae, ao Governo do Estado por dar a oportunidade de a gente expor o trabalho da gente, que é uma vitrine”, agradece, ressaltando a importância da realização dos Salões do Artesanato Paraibano na divulgação do seu trabalho e de tantos outros artesãos. “Se você chegar hoje na minha casa, você vai pensar que é um trabalho falido porque eu não tenho uma peça para lhe mostrar. Não temos dado vencimento com tantas encomendas”, comenta com entusiasmo.

O governador João Azevêdo afirmou que o sucesso obtido por artesãos e artesãs como dona Nevinha é o resultado da união de esforços. “Esse é o resultado de um trabalho feito a muitas mãos, em parceria com o Sebrae, que enxerga no nosso artesanato o potencial econômico de geração de emprego e renda que tem. É por isso que investimos tanto no Salão, que dá visibilidade para os nossos artesãos e possibilita que seus produtos sejam vendidos para o mundo inteiro”, comentou.

Para a gestora do PAP, Marielza Rodriguez, o sucesso do trabalho de dona Nevinha é um bom exemplo de quanto os investimentos do Governo do Estado vêm surtindo efeitos positivos. “O governador João Azevêdo, assim como a primeira-dama e presidente de Honra do Programa do Artesanato Paraibano, Ana Maria Lins, sempre ressaltaram que o nosso artesão é cultura, mas também é muito importante como segmento econômico. Dona Nevinha é a prova incontestável dessa crença. É uma vitória de todos nós, do Governo do Estado, dos nossos artesãos, e de parceiros imprescindíveis como o Sebrae”, afirmou.

Sentimento compartilhado pela secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde), pasta à qual o PAP é vinculado, Rosália Lucas. “O sentimento é de grande alegria de ver o quanto importante é o nosso artesanato para o desenvolvimento socioeconômico da Paraíba. Cada artesão, cada artesã, terá sempre o apoio do Governo do Estado na promoção deste segmento tão importante, que é o artesanato”, comentou.

Qualidade e profissionalismo — Atender os anseios de clientes de renome internacional é uma tarefa que exige qualidade e muito profissionalismo — características que não faltam no trabalho de dona Nevinha, garante a consultora Luciana Rabay. “Nos quesitos cumprimento de prazo e qualidade, desde o início, tanto dona Nevinha quanto seu Tota foram sempre profissionais, sempre se destacaram. Eles sempre faziam uma estimativa de prazo de uma forma que eles não fossem falhar. E isso foi um grande diferencial”, pontua Luciana Rabay.
“Quando teve algum problema de qualidade, dona Nevinha e seu Tota fizeram os ajustes necessários, e o cliente ficou muito satisfeito. Quando o pedido foi aumentando, também eles estimularam de quanto tempo iriam precisar para atender”, prossegue Luciana, destacando que apenas uma rede de restaurantes latino-americanos, situada no Reino Unido, chegou a fazer uma encomenda com mais de sete mil peças.

Consultorias promovidas pelo Sebrae e por profissionais como o estilista Ronaldo Fraga são alguns dos investimentos que têm fortalecido o artesanato paraibano. A realização do Salão do Artesanato Paraibano, realizado duas vezes por ano — em janeiro, em João Pessoa, e em junho em Campina Grande, tem proporcionado aos artesãos visibilidade. No último, o 35º Salão, foram vendidos mais de R$ 2,5 milhões em peças e contou com uma participação recorde de artesãos, 539.

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