Doador era um jovem de 21 anos que não resistiu após sofrer um traumatismo crânio-encefálico. Especialista explica que o órgão precisa chegar em no máximo quatro horas ao receptor.
O coração de um doador goiano não foi enviado a um paciente de São Paulo devido aos bloqueios das rodovias, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES) do estado paulista. O doador, que era um jovem de 21 anos, estava internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e não resistiu após sofrer um traumatismo crânio-encefálico. As interdições nas rodovias foram iniciadas na noite de domingo (30), por pessoas que não aceitaram o resultado do 2º turno da eleição.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Goiás, o coração seria destinado ao paciente do estado de São Paulo, mas não chegou nem a ser captado, ainda que estivesse apto para isso. A pasta completou que “não houve aceite do órgão por parte do estado paulista”.
Já a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo (SES-SP) explicou que o transporte de coração exige rapidez e que o órgão deve chegar até o doador em um período de até quatro horas.
“Equipes técnicas responsáveis consideraram que, devido a bloqueios, não seria possível realizar a operação de forma que o órgão chegasse com segurança ao paciente”, explicou a pasta de São Paulo.
A Saúde de Goiás ainda complementou que após São Paulo não conseguir realizar o aceite ao órgão, seguiu com a seleção de receptor para o Distrito Federal, onde não houve receptor compatível.
A Secretaria de Saúde de Goiás explica que o coração deveria ter sido captado na terça-feira (1), dia em que o jovem teve morte encefálica. No mesmo dia, foram captados os rins e córneas deste doador, que foram destinados a pacientes de Goiás, e o fígado, que foi encaminhado ao Distrito Federal. Ao todo, cinco pessoas foram beneficiadas com as doações.
O médico Silvio explica que o prazo para uma doação de órgão, especialmente quando se trata do coração, é fundamental.
“A logística do transplante cardíaco exige cuidados especiais. O órgão, após retirado do doador, tem uma viabilidade de, no máximo, quatro, cinco horas, diferente de outros órgãos”, explicou o médico.
“Tem que ser uma logística de transporte rápido, se for mais longe, ou terrestre, se for mais perto”, completou.
Fachada do Hospital de Urgências de Goiânia, em Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
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