Moraes inclui PCO no inquérito das fake news após ataques ao Supremo

Moraes inclui PCO no inquérito das fake news após ataques ao Supremo

Partido chamou ministro Alexandre de Moraes de “skinhead” e acusou Supremo de golpe nas eleições

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu o Partido da Causa Operária (PCO) no inquérito das fake news. Em decisão publicada nesta quinta-feira (2/6), o ministro ainda determinou o bloqueio das contas das redes sociais ligadas à sigla. O partido, de extrema-esquerda, fez reiterados ataques à Corte e chegou a chamar Moraes de “skinhead”.

O ministro também fixou um prazo de cinco dias para a Polícia Federal interrogar o presidente da sigla, Rui Costa Pimenta, por postagens na internet com fake news sobre a Corte. Em março, o perfil oficial do PCO atacou o Supremo e fez graves acusações sobre um suposto golpe nas eleições.

“Em sanha por ditadura, skinhead de toga retalha o direito de expressão, e prepara um novo golpe nas eleições. A repressão aos direitos sempre se voltará contra os trabalhadores! Dissolução do STF”, disse o partido.

Outra crítica do partido foi a ordem de bloqueio do ministro ao aplicativo Telegram, que se negava a cumprir medidas judiciais impostas por Alexandre de Moraes.

“A ditadura do TSE sobre o aplicativo Telegram é mais um ataque à liberdade de expressão e uma tentativa de fraude às eleições. Após intervir ilegalmente no aplicativo, o tribunal envia mensagens a todos os usuários indicando que leiam o Estadão para ‘combater as fake news’”, afirmou a legenda em outro post.

O ministro determinou bloqueio dos perfis do PCO no Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Telegram e Tiktok. O ministro também mandou que o corregedor-geral eleitoral, ministro Mauro Campbell, seja oficiado para apurar possível violação à resolução que veda o compartilhamento de fatos inverídicos contra o processo eleitoral.

“É necessário destacar que o Partido da Causa Operária, além das publicações no Twitter, utiliza sua estrutura para divulgar as mesmas ofensas nos mais diversos canais (Instagram, Facebook, Telegram, YouTube, Tik Tok), ampliando o alcance dos ataques ao Estado Democrático de Direito, de modo que atinjam o maior número possível de usuários nas redes sociais, que somadas, possuem quase 290 mil seguidores”, reiterou Moraes.

Dinheiro público

Na decisão, o ministro Moraes afirma que há fortes indícios de que a infraestrutura partidária do PCO, partido político que recebe dinheiro público, tenha sido utilizada para impulsionar a propagação das declarações criminosas, por meio dos perfis oficiais da legenda e no portal do próprio partido.

“Portanto, há relevantes indícios da utilização de dinheiro público por parte do presidente de um partido político — no caso, o PCO — para fins meramente ilícitos, quais sejam a disseminação em massa de ataques escancarados e reiterados às instituições democráticas e ao próprio Estado Democrático de Direito, em total desrespeito aos parâmetros constitucionais que protegem a liberdade de expressão”, escreveu o ministro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Polícia Federal também foram notificadas sobre a ordem de Moraes.

Nas redes sociais, Rui Costa Pimenta disse que os supostos crimes listados por Moraes são “declarações políticas”. “Hoje, no Brasil ter determinada opinião política é crime. Não é agora, sempre lutamos contra isso”, escreveu.

Correio Braziliense

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