Secult participa de programação cultural pelos 138 anos do nascimento de Augusto dos Anjos

Secult participa de programação cultural pelos 138 anos do nascimento de Augusto dos Anjos

A instituição do Ano Cultural Augusto dos Anjos, pelo Governo do Estado, vai marcar um conjunto de atividades e ações voltadas à disseminação da obra e da história do poeta paraibano, considerado um dos maiores do país. O secretário de Estado da Cultura, Damião Ramos Cavalcanti, esteve no Memorial Augusto dos Anjos, em Sapé, e participou de comemoração alusiva ao 138º aniversário de Augusto, assegurando que a pasta dará apoio às “atividades e aspirações do Memorial”.

Localizado na zona rural de Sapé, na casa que pertenceu à ama de leite de Augusto dos Anjos, o Memorial reúne livros, documentos, anotações e oferece produtos com motivos que lembram a obra do poeta, que são vendidos e a renda convertida na manutenção da instituição.

Para marcar a passagem do aniversário de nascimento do sapeense mais ilustre, a Secretaria de Educação, Cultura, Turismo e Esporte do Município organizou uma programação especial que segue até esta sexta-feira (22), e convidou autoridades.

Na manhã da quarta-feira (20), o secretário Damião Ramos Cavalcanti e o médico e escritor Astênio Fernandes (representante da Fundação Casa de José Américo) estiveram no Memorial e participaram de uma palestra coletiva, com rápido debate sobre Augusto dos Anjos, do salão de eventos do Memorial.

Augusto vivo – “Estamos aqui para celebrar um Augusto vivo, na medida que uma instituição como essa mantém atividades que perpetuam seu patrono, e na medida em que ele é lido, declamado, homenageado”, disse o secretário Damião, que já esteve em Leopoldina, cidade mineira que abraçou Augusto e onde se encontram os restos mortais do poeta paraibano, também com memorial dedicado a ele.

A professora Maria do Socorro Aragão leu texto em que citou José Américo de Almeida, outro paraibano ilustre, para discorrer um pouco sobre o homem e poeta Augusto.

Ana Isabel de Sousa Leão, professora e pesquisadora, enfocou o aspecto mais alegre e leve de Augusto, expressado nas produções textuais para o jornal Nonevar, impresso e distribuído, no início do século passado, durante a Festa das Neves, padroeira de João Pessoa.

Aderaldo Elias, poeta e diretor do Memorial em Sapé, declamou versos de Augusto e foi o mestre de cerimônia da festa. Para ele, o legado literário deixado pelo poeta será lembrado pela eternidade, mas se tornou ainda mais atual e interessante por causa do período pandêmico, vivido nos últimos anos. 

“Augusto é tão singular, que o título da sua primeira e única obra se chama ‘Eu’. Apesar de centenária, ela nunca esteve tão atual por causa da pandemia. Quando pela primeira vez na vida algumas pessoas se sentiram compelidas a estarem a sós consigo mesmas, e mergulharem dentro do seu próprio eu, algo que Augusto o fez com muita propriedade na sua obra”, destacou.

O escritor Astênio Fernandes também abordou o aspecto mais extrovertido de Augusto dos Anjos e rechaçou a ideia de que ele foi “o poeta da morte”. Classificou Augusto como poeta da escola moderna, justificando: “Ele criou aquilo que não existia antes dele. O objeto de sua poesia está no conotativo”.

Também esteve presente o poeta, cantor e músico Chico Viola, que musicou versos de Augusto. Ele também declamou parte do poema ‘O Morcego’.

Os intervalos da palestra, debates e declamações foram preenchidos pela apresentação do acordeonista Ivan Martins, de reconhecido talento, que já se apresentou em Paris, levando a cultura de Sapé e a música nordestina. 

Banda de música – Pouco antes do início das palestras, em área ao ar livre ao lado do Memorial, os convidados assistiram à apresentação da Banda de Música Santa Cecília, mantida pela Município de Sapé. Sob a batuta do maestro Egberto Lima, 32 músicos apresentaram dobrados, músicas de Roberto Carlos e de outros autores.

Na ocasião, o secretário Damião Ramos recomendou que a banda procure os meios para ser incluída no programa de distribuição de instrumentos, através de convênio entre a Secult e a Funarte. Para isso, orientou os gestores da Secretaria de Educação e Cultura e os integrantes da banda a reunirem a documentação para que a banda se prepare para inscrição ao próximo edital a ser lançado.

Marcone Pessoa, secretário de Educação e Cultura de Sapé, agradeceu o empenho da SecultPB em apoiar as ações culturais na cidade, e revelou que a atual gestão municipal resgatou a banda de música, que estava desativada.

Livro – Na programação de comemorações foi lançado o livro ‘A Rosa no Batente’ (Editora Ideia, 220 páginas, R$ 30), de Aroaldo Maia. “Com 40 textos, essa é a minha segunda obra, que reúne crônicas memorialísticas escritas do ano passado para cá e falam sobre temas diversos, como viagens pessoais, o meu trabalho e relacionamentos”, resume o autor. 

Programação – O cronograma elaborado pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Turismo tem realizado desde a terça-feira (19) atividades em praças, casa de recepções, Biblioteca Municipal, dirigida pela professora Ana Maria, e no Memorial Augusto dos Anjos.

A programação contempla encontros poéticos, mesas-redondas, lançamento de livros de autores sapeenses, concertos e apresentações musicais, além da solenidade que irá oficializar a escolha dos patronos da Academia Sapeense de Letras, Artes e Cultura (Aslac).

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