Após insistência do TSE, Telegram marca reunião sobre parceria para combater fake news nas eleições

Após insistência do TSE, Telegram marca reunião sobre parceria para combater fake news nas eleições

Tribunal cobrou em três ocasiões que plataforma aderisse a iniciativa contra desinformação. No fim de semana, após Moraes suspender app, Telegram disse estar à disposição das autoridades.

Após três convites oficiais, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu nesta quarta-feira (23) a primeira sinalização positiva do aplicativo Telegram sobre a parceria estabelecida pelo tribunal com plataformas digitais para combater a desinformação nas eleições de outubro.

A GloboNews confirmou junto ao TSE que técnicos do tribunal se reunirão com representantes do Telegram no Brasil na manhã desta quinta-feira (24). O presidente do TSE, ministro Luiz Edson Fachin, não deve participar da reunião virtual.

Em fevereiro, o TSE firmou um acordo com outras oito plataformas digitais: TwitterTikTokFacebookWhatsAppGoogleInstagramYouTube e Kwai (veja detalhes abaixo).

Telegram, que não havia respondido ao convite até agora , é um dos principais canais utilizados pelo presidente Jair Bolsonaro e apoiadores – em outras plataformas, Bolsonaro já teve diversos conteúdos bloqueados e submetidos a avisos de desinformação.

O primeiro convite ao Telegram foi enviado pelo TSE em 16 de dezembro de 2021. O ofício foi reenviado em 9 de março e, depois, reiterado nesta terça (22).

Mudança de postura

A postura do aplicativo mudou depois que, na última sexta-feira (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a suspensão do Telegram em todo o Brasil. A decisão foi motivada pelo descumprimento de decisões judiciais do STF que envolviam o aplicativo.

No sábado (19), o Telegram fez contato com o STF e informou que não havia recebido todas as comunicações do Judiciário por um problema técnico – o e-mail de suporte estava sobrecarregado em razão de contatos relacionados à invasão da Ucrânia pela Rússia, segundo a plataforma.

Telegram informou ao STF um novo endereço de e-mail exclusivo para contato com as autoridades e, entre sábado e domingo, cumpriu as pendências listadas por Alexandre de Moraes em relação às decisões judiciais não atendidas.

Com isso, a plataforma conseguiu a revogação da ordem de suspensão.

Na resposta enviada ao STF no domingo, o Telegram já havia sinalizado que adotaria medidas posteriores para reforçar a colaboração com as autoridades, incluindo a adesão ao memorando de combate à desinformação proposto pelo TSE.

Combate às fake news

O TSE fechou entendimentos individuais com cada plataforma para definir como cada uma vai utilizar suas ferramentas para impedir que ações que envolvam as “fake news” possam ganhar proporção e comprometer a legitimidade e a integridade das eleições.

As plataformas se comprometeram a desenvolver filtragens para identificar informação enganosa e remover o conteúdo que violar as regras.

Também serão desenvolvidas medidas para levar informações oficiais sobre o processo eleitoral aos usuários.

A parceria não envolve recursos financeiros, não gerou custos para o TSE e faz parte do Programa de Enfrentamento à Desinformação do tribunal.

G1 – Foto: Reprodução

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Instagram
WhatsApp