Moraes prorroga por mais 90 dias inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

Moraes prorroga por mais 90 dias inquérito sobre interferência de Bolsonaro na PF

Ação investiga se presidente da República utilizou a Polícia Federal para beneficiar familiares e aliados políticos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou, nesta sexta-feira (7), por mais 90 dias o inquérito para apurar uma possível interferência política do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal para beneficiar familiares e aliados políticos.

“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de janeiro de 2022), o presente inquérito”, decidiu Moraes.

Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal sobre o caso em 4 de novembro do ano passado. Na ocasião, segundo transcrição obtida pela CNN, o presidente disse que entendia como “interferência política” na entidade o ato de realizar pedidos políticos, e não técnicos, a “gestores de órgãos públicos com a intenção de haver influência política sobre os trabalhos desenvolvidos pelo órgão”.

Ao longo de sua fala, Bolsonaro negou “qualquer intenção de interferência política” quando sugeriu ao ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro a alteração nas gestões de Superintendências Regionais da PF.

O chefe do Executivo confirmou que pediu a substituição do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, “em razão da falta de interlocução que havia entre o presidente da República e o diretor da Polícia Federal”.

O inquérito foi aberto após Moro apontar que o presidente o pressionava para substituir o diretor-geral da PF por um aliado e exigia acesso a relatórios sigilosos da corporação. O ex-juiz da Lava Jato pediu demissão do cargo em abril de 2020 após a demissão de Valeixo do comando da PF.

(*Com informações de Thais Arbex, da CNN)

Foto: Antonio Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

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