Escolas estaduais Luiz Gonzaga Burity e Daura Santiago Rangel recebem premiação do Talento Científico Jovem da UFPB

Escolas estaduais Luiz Gonzaga Burity e Daura Santiago Rangel recebem premiação do Talento Científico Jovem da UFPB

Os projetos de pesquisa da Escola Cidadã Integral Técnica Professor Luiz Gonzaga de Albuquerque Burity (ECIT Burity) e da Escola Cidadã Integral Técnica Daura Santiago Rangel (ECIT Daura Rangel), de João Pessoa, ficaram entre os premiados, na categoria Ensino Médio, da 10ª edição do Talento Científico Jovem da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). A solenidade de premiação, que reconheceu os melhores trabalhos científicos apresentados no ano de 2021 por estudantes sob a orientação dos professores dos ensinos fundamental, médio e técnico do Estado, aconteceu no auditório da Reitoria da UFPB. Neste ano, 48 trabalhos foram inscritos. 

O projeto de pesquisa “Embalagem Biodegradável à Base do Mesocarpo de Maracujá”, das alunas Adrilis Gomes Tomas e Áurea Albuquerque Sousa Ferro, sob a orientação dos professores Francisco Robson Carvalho de Oliveira e Rayllon Soares Pessoa, da ECIT Burity, ganhou a primeira colocação na categoria Ensino Médio. 

O projeto desenvolveu uma pesquisa do aproveitamento do mesocarpo do maracujá (interior da casca da fruta) para a fabricação de embalagens biodegradáveis que servem de armazenamento dos alimentos de entrega em domicílio em substituição ao poliestireno expandido (plástico celular rígido), que tem impactado o meio ambiente, sobretudo, durante o período da pandemia com o aumento de entrega de alimentos, por meio do delivery. A pesquisa apontou ainda a viabilidade da substituição do poliestireno pelo mesocarpo na indústria, por ser o maracujá uma fruta abundante no Nordeste, além do material ser biodegradável, de baixo custo, atóxico e de fonte renovável. Como o projeto foi desenvolvido por meio remoto, a UFPB publicou o vídeo resumo da pesquisa no canal do YouTube https://www.youtube.com/watch?v=bqpFpcZhfoE

As estudantes Áurea Albuquerque, 15 anos, e Adrilis Gomes, 16 anos, da 1ª série do ensino médio da ECIT Burity, vibraram com a primeira conquista do Talento Científico Jovem da UFPB. “Por ser o primeiro trabalho ainda de forma remota, não fizemos qualquer expectativa, mas quando saiu o resultado pulamos da cadeira ficamos emocionadas por poder ganhar esse primeiro prêmio Talento Científico Jovem e ainda ficarmos em primeiro lugar”, declarou Áurea. 

“Concorrendo com tantas outras escolas do Estado e ficar em primeiro lugar é algo impactante para as nossas vidas de estudante. O prêmio é a prova de que a Escola pública tem potencial e depende, muitas vezes, do esforço do aluno em querer estudar e se dedicar um pouco mais e dos professores em desenvolver pesquisas com boa orientação”, comentou Adrilis Gomes.

O professor Rayllon Soares Pessoa, da ECIT Burity, que recebeu o prêmio junto com as duas estudantes, revelou que não esperava a primeira colocação, mas acreditava que “o trabalho tinha um potencial forte para se classificar entre os melhores e ser também um dos contemplados do ensino médio com o prêmio Jovem Cientista. Contudo, agora acredito que o prêmio vai incentivar mais ainda os estudantes da ECIT Burity para a realização de novas pesquisas e conquistas”, declarou.

PROJETO TROUXE SOLUÇÃO AO ISOLAMENTO – Já o projeto de pesquisa da Rádio Escola “Nas Ondas do Daura”, da ECIT Daura Rangel, recebeu pela terceira vez consecutiva o prêmio Talento Científico Jovem da UFPB, sendo o segundo na categoria de ensino médio. O projeto intitulado “Cidadania Ativa em Tempos de Pandemia” desenvolveu uma solução tecnológica para retirar a Comunidade Escolar do isolamento no exercício de sua cidadania, tendo a Rádio Escola Nas Ondas do Daura como meio disseminador e de fonte de informação. 

Como a pandemia intensificou o isolamento social e o atendimento das instituições e dos órgãos públicos migraram para o remoto, a Rádio Escola criou um serviço de atendimento dentro do aplicativo WhatsApp, denominado “Ative Cidadania”, reunindo os principais canais como e-mails, endereços das redes sociais, do portal e dos telefones de seis instituições como forma de  facilitar o serviço de reclamação e de denúncia da comunidade e dos seguidores do perfil do Instagram @nasondasdodaura. 

Por meio desse serviço, a comunidade escolar pôde fazer reclamações das mais básicas, como falta de recolhimento de lixo e de pendências no CPF para receber o auxílio emergencial, passando por produtos comprados com defeitos ou a falta de pavimentação nas ruas, e até mesmo denúncias como as obras públicas paradas nos bairros ou de sonegação fiscal. O resumo do projeto foi publicado também no canal do YouTube https://www.youtube.com/watch?v=bdZ8eu8AVZM

A estudante do 1º ano do ensino médio Larissa Raiane Ferreira da Silva, da ECIT Daura Rangel, recebeu este ano a terceira premiação no Talento Jovem Cientista da UFPB. “Para mim, mais uma vez, já foi uma grande honra ter a oportunidade de participar do Talento e ser uma das ganhadoras me deixou ainda mais feliz e honrada, especialmente no contexto social em que vivemos, pois desenvolvemos um projeto de pesquisa com um intuito que ajudar a nossa comunidade neste período de isolamento na pandemia”, destacou Larissa.

Vencedora em cinco edições no Talento Jovem Cientista, três deles sob a coordenação da Rádio Escola, a professora de Sociologia da ECIT Daura Rangel Santiago, Acsia Lino de Alencar, que coordenou o projeto de pesquisa “Cidadania Ativa em Tempos de Pandemia”, destacou o caráter social da pesquisa deste ano. “Mais do que teórico ou conceitual, buscamos orientar e desenvolver um projeto de pesquisa neste ano que trouxesse soluções viáveis, por meio tecnológico, neste momento pandêmico e de isolamento social para a Comunidade Escolar. O serviço Ative Cidadania no WhatsApp (83) 987707153 será um canal permanente e vai além da pandemia.  Este mesmo projeto também ganhou o Prêmio Afrafep de Educação Fiscal 2021, na categoria Escola, mostrando o alcance e relevância da pesquisa em aplicação prática”, comentou a professora Acsia Lino, apontando também para a importância do prêmio para estimular jovens pesquisadores.

O pró-reitor de Pesquisa da UFPB, professor Valdir de Andrade Braga, destacou a importância do Talento Jovem Cientista na formação inicial de pesquisadores desde os ensinos fundamental e médio e a aproximação da universidade com as escolas. “Aproximar a Universidade das escolas estaduais e municipais tanto públicas como privadas e introduzir a ciência desde cedo é a chance que temos, inclusive, de mudarmos os rumos da educação em nosso País e esse é o propósito do Talento Jovem Cientista. As premiações desses alunos e professores são fundamentais para elevar o engajamento de outros alunos e professores em trabalhar pesquisas na Educação Básica. As premiações das escolas como o da ECIT Burity e o da ECIT Daura Rangel acabam se tornando exemplos e referências para os colegas e, neste momento, estamos carentes de bons exemplos e de referências como essas”, declarou o pró-reitor.

O estudante de graduação em Letras na UFPB, Elder Henrique Pádua, que integra a comissão do Talento Científico Jovem como estudante voluntário, participou da solenidade de entrega aos premiados. Ele contou a importância de participar da pesquisa desde o ensino fundamental. “Tive a oportunidade de participar do Prêmio do Talento Científico Jovem como estudante do ensino médio da Escola Estadual Daura Santiago e agora na Universidade avalio a importância dessa participação na minha formação. Quero aqui agradecer publicamente a professora Acsia Lino de Alencar da ECIT Daura por me incentivar e me orientar nesse caminho”, enfatizou Elder Henrique ao final da premiação.    

10ª EDIÇÃO – A realização da 10ª Edição do Talento Científico Jovem teve a participação de 48 trabalhos de escolas públicas e privadas da Paraíba e de outros estados. O objetivo é reconhecer e estimular o desenvolvimento de talentos entre os alunos e motivar o aprendizado científico. Devido à pandemia, pelo segundo ano consecutivo, a edição da entrega dos trabalhos aconteceu de formato remoto e em vídeo. 

Os trabalhos científicos deste ano envolveram estudos de pesquisa sobre videogame, destinação do lixo eletrônico, aspectos terapêuticos e culturais do uso de plantas, influências da música e da tecnologia eletrônica na saúde, desenvolvimento de dispositivos para auxílio a pessoas com necessidades especiais, estudos envolvendo a cidadania e esportes, dentre outros. O Talento Científico Jovem é coordenado pelo Professor Clayton Zambeli Oliveira, do Departamento de Biologia Molecular da UFPB e é financiado pelo CNPq.

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