O Grupo de Resgate Aeromédico Estadual (Grame) realizou mais um voo pela vida e dessa vez trouxe para perto da família uma criança de apenas um ano e quatro meses. Nesse sábado (13), a segunda missão do serviço fez a repatriação do paciente que estava internado no Hospital de Base de São José do Rio Preto, em São Paulo, desde agosto, para seguir com o tratamento no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita. Após 11 horas, a ação foi finalizada com sucesso.
O serviço de Resgate Aeromédico é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Sesds). De acordo com a coordenadora de Urgência e Emergência da SES, Déborah Gomes, este foi o primeiro voo do Grame para fora da Paraíba. Ela explica que a repatriação foi solicitada pelo Hospital de Base, onde a criança estava internada, para que continuasse o tratamento ao lado da família. Para realizar a missão foi necessária uma articulação com outros estados para garantir a retaguarda.
“A aeronave precisava fazer paradas estratégicas para abastecimento em Minas Gerais e na Bahia. Articulamos com o Samu e hospitais desses estados para ficarem em alerta caso houvesse alguma intercorrência com a criança. Foram 11 horas de missão: o voo saiu de São Paulo às 9h e chegou na Paraíba às 20h”, relatou.
Déborah Gomes conta que, a princípio, o resgate aconteceria na quinta-feira (11). Devido às condições climáticas, para segurança de todos da tripulação e paciente, o voo foi adiado e a missão conseguiu ser realizada no sábado.
O médico do transporte aeromédico e responsável pela ação, João Paulo Casado, destaca que esta foi uma missão de alta complexidade, devido às condições de saúde da criança e a questões de fisiologia do voo. “Por se tratar de uma criança, todo atendimento já é mais sensível. Sendo um paciente cardiopata, que tinha feito uma cirurgia cardíaca de reconstrução com evolução para UTI, foi necessário um cuidado redobrado. Atrelado a isso, quando você sobe a certas alturas a saturação do paciente tende a cair. Todos esses cuidados precisaram ser tomados e é uma responsabilidade muito grande, tanto pra equipe médica quanto para piloto e copiloto. Tivemos uma interação muito boa, deu tudo certo e a criança está de volta ao seu estado de origem”, destaca.
Feliz com o reencontro, a mãe da criança, Wemily Andrade, de 21 anos, disse se sentir aliviada por ter seu filho em solo paraibano, perto da família. “Recebo meu filho com muita alegria. Estou agora com o coração mais calmo, mais confortável. Não foi fácil passar esses meses indo pra lá e ter voltado antes do meu filho. Agradeço muito a todos que puderam ajudar a trazer meu menino de volta pra cá”, falou emocionada.
O secretário executivo de Saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi, acompanhou todo o processo e reforçou que o sistema de saúde estadual tem missões e tarefas extremamente complexas, como garantir o atendimento das necessidades a qualquer hora e em qualquer lugar. “Temos uma equipe preparada nos ajudando para que o SUS esteja em todos os lugares, para fazer com que doenças como AVC, infarto ou crianças precisando de apoio imediato, até mesmo após a realização de procedimentos em outros estados brasileiros, possam acontecer em tempo oportuno. Agora, na Paraíba, o SUS tem asas e faz seus voos pela vida”, completou.
Esta foi a segunda missão realizada pelo Grame. O serviço operou a primeira ação de resgate no início do mês, quando trouxe uma idosa de 60 anos do Alto Sertão da Paraíba, que sofreu um infarto, para passar pelo protocolo de atendimento adequado, em tempo hábil, no Hospital Metropolitano em Santa Rita. Além do serviço de UTI aérea para o transporte de pacientes de maneira programada, regulados por meio da SES, a aeronave Bombeiros 01 é utilizada também na captação de órgãos e tecidos, transporte inter-hospitalar, repatriação de cidadãos paraibanos e no apoio às operações institucionais do Governo, da Secretaria da Segurança e do CBMPB.